Bong Joon-Ho escreve certo por linhas tortas em "Parasita"

O cinema do sul-coreano Bong Joon-Ho, apesar de passar por diversos gêneros, sempre trabalha com tópicos muito únicos, e que se repetem, ainda que por visões singulares. A presença forte do círculo familiar, e como ela interfere na visão de mundo de seus personagens, é visto com extrema clareza em sua filmografia – desde no filme-de-monstro “O Hospedeiro” até o drama criminal “Mother – Em Busca Pela Verdade” -, além, claro, soma-se também a questão social e política – a crítica as grandes corporações, a preocupação ambiental e experimentos em animais em “Okja”, a luta de classes, contra a ordem social vigente, em “Expresso do Amanhã” -, ou seja, temas recorrentes que, ao ganharem nova roupagem, tendem a sempre nos surpreender outra vez. Nesse sentido, “Parasita”, seu novo longa – exibido dia 1 de novembro no Noitão do Cine Belas Artes, e com estreia no dia 7/11 -, representa a junção de todos esses elementos. O resultado, no entanto, coloca em xeque suas virtudes. ...