Critica - Games: The Order: 1886

A Desordem.
Com belos gráficos, The Order: 1886 não passa de um filme interativo. Lotado (Lotado!) de QTES (Quick Time Events) e cutscenes cinematográficas, o novo game da Ready At Dawn (God of War) sempre teve a intenção de ter um toque de cinema. Claro, é um dos jogos mais bonitos da nova geração, sem duvida, porém, contudo, todavia, sua jogatina não é uma das mais exemplares. Oscilando entre QTES, cutscenes e tiroteios, o jogo segue a trama da Ordem de cavaleiros, com conspirações e intrigas, enquanto enfrentam uma rebelião contra a Rainha e uma ameaça eminente: Licantropos, ou, como mais conhecidos, os clássicos Lobisomens.
Mais de uma coisa The Order esta certo: Steampunk combina com terror. Mas igual a Dishonored, a tal "ciência especulativa" era só visual, não tratando de uma gama de assuntos como politica, somente levando equipamentos e maquinários ao passado mais cedo. Nesse contexto, The Order é quase uma Liga Extraordinária - onde personagens conhecidos da literatura enfrentam perigos em mando da realeza britânica -, mas com mais sobrenaturalidade do que a obra de Alan Moore. Mas, como um jogo com essas referências não dá certo? Seus primeiros minutos fazem você querer jogar pelas próximas 6 horas que lhe restam - sim, é curto assim mesmo -, mas dão gosto. "Ryse - Son of Rome esta pro Xbox One e The Order: 1886 esta pro PS4" foi algo dito, ambos os jogos curtos e histórias rasas, feitos pra lançamento de console, algo que The Order não foi. Seu impacto seria maior e o cuidado com os gráficos seria valido, só para testar a capacidade do novo console.


O o que mais importa aqui é a narrativa, que de inicio parece ser interessante, após alguns capítulos passados, o enredo que outrora parecia deveras curioso, e até tão bom quanto seus gráficos, vira um amalgama entre clichês e repetição - os já citados QTES, cutscenes e tiroteios. 
Mas o que mais impressiona aqui é seu sistema de ação. O impacto no inimigo ao levar um tiro é realista - fica cambaleante e depois cai -, a imprecisão é grande, e chega a irritar, mas não é nem um desdém. A inteligência artificial é também muito boa, os inimigos se escondem, se comunicam entre si, flanqueiam...Talvez uma das melhores mecânicas vistas aqui. Mas que é estragada quando os quick time events surgem. Dá vontade de quebrar o botão que foi selecionado quando se fica pressionando-o diversas vezes e o comando não funciona. Talvez, por ser um gameplay cheio de cutscenes, os QTES estejam sendo usados com um ponto de interação, invés de só ficar olhando para uma cinematic, por que não participar dela?

Mas mudando de assunto...Sua ambientação é também muito digna de seu contexto Steampunk. Além de todos seus maquinários, figuras históricas aparecem e tem papeis importantes e outras só referenciadas: como Arthur Conan Doyle (o autor de Sherlock Holmes) e Nikola Tesla, que aparece no game fabricando armas e outros equipamentos usados pela Ordem.
Com valores históricos a parte, um game com muito mais espaço criativo por parte dos desenvolvedores. Uma rasa história sobre os cavaleiros da Ordem, cheia de conspirações e mistérios insatisfatórios. Uma fraca experiência que é lotada de mecânicas não usadas como deveriam. "Descubra o segredo mais sombrio da história" avisa capa do jogo, mas a Ready at Dawn entrega em The Order: 1886, um filme interativo. O primeiro tropeço do PS4 em 2015. Nota: 5/3

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