Critica: Esquadrão Suicida
Com vilões sub-aproveitados e problemas de time, novo filme da DC fica na ação e piadas.
Em um ano cheio de filmes e séries adaptadas dos quadrinhos, Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016) chega para dar continuidade ao futuro universo cinematográfico da DC Comics, que até então caminhava somente com O Homem de Aço (Man of Steel, 2013) e Batman v Superman - A Origem da Justiça (BvS: Dawn of Justice, 2016), que já haviam estabelecido um tom para os filmes seguintes. Porém, o que vemos aqui é um longa com mais humor e tiradas cômicas, o que o tira das correntes de uma trama mais séria, como as discussões sócio-políticas sobre a chegada do Superman na terra e suas ações, algo mais parecido com Watchmen de Alan Moore, mas o coloca com uma história mais simples e piadas divertidas, e cenas de ação elaboradas.
Contudo, os problemas aparecem por conta do time, e da subvalorização de suas personagens. O Coringa por exemplo. Um personagem clássico dos quadrinhos - que deu as caras pela primeira vez na revista número 1 do Homem Morcego, em 1940, totalmente inspirado no ator Conrad Veidt como Gwynplaine no filme mudo O Homem que Ri (1928) de Paul Leni - que ficou conhecido rápido e gerou inúmeras histórias marcantes - como A Piada Mortal de Alan Moore e Coringa de Brian Azzarello -, foi apresentado nos trailers como tendo grande participação na película, mesmo que em nenhuma da HQ'S tenha sido um membro do Esquadrão Suicida. Todavia sua "participação" no filme pode ser considerada como uma ponta. Resumida em poucos minutos. O que faz com que o ator Jared Leto (excelente) não tenha tanto tempo em cena. Ou não tanto quanto o material de divulgação apresentava.
O time do filme também não ajuda. O primeiro ato serve para apresentar os vilões, e é bem promissor, com cenas curtas, e bem montadas, mostrando as habilidades dos antagonistas. E também para mostrar a tentativa de Amanda Waller (Viola Davis) de ativar a Força-Tarefa X, que reuniria a escória da escória, os piores dos piores, para fazer missões perigosíssimas, afim de reduzir suas penas na prisão. Entre tantas formações, o Esquadrão visto no longa de David Ayer (diretor de Marcados para Morrer e Corações de Ferro) é formado pelo Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jay Courtney), El Diablo (Jay Hernandez), Amarra (Adam Beach), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), Katana (Karen Fukuhara) e liderados pelo capitão Rick Flag (Joel Kinnaman), que precisam se juntar para salvar o mundo numa missão que pode mata-los.
Com isso, os problemas de roteiro começam. Já que além da missão há também as discussões entre os personagens e um sub-plot entre dois personagens que em certos momentos chega a ser desnecessário. O que acontece é que a escolha de Magia (Cara Delavigne) como ameaça, que fará com o que o Esquadrão entre em ação, gera contratempos, dando inicio a um segundo ato razoável, com cenas de ação empolgantes e um bom humor e um terceiro e último ato problemático. E a pior coisa para um filme é começar com nota baixa, porém a última sequência é boa e impede a película de encerrar com uma problemática. Com um tempo de duração maior e um roteiro mais bem trabalhado, Esquadrão Suicida se sairia bem sucedido, já que teria uma ameça melhor desenvolvida e personagens mais bem aproveitados.
Cheio de ação e bom humor, o Esquadrão Suicida peca no time e no aproveitamento de seus excelentes atores. Nota: 5/6
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