Porn brain


Em seu especial para a Netflix, o hilário "Thinky Pain", Marc Maron, comediante e podcaster, destila sobre vários assuntos, mas, perto do final do show, um incita mais curiosidade. 

Ele chama atenção a uma condição que ele chama de "porn brain". 

Traduzindo, "pensamento pornográfico". 

Uma espécie de fenômeno na mente gerado pelo consumo compulsivo de filmes adultos. 

O também ator logo cita um exemplo: "Se você está longe da pornografia tempo suficiente pra sair com alguém e você está prestes à ter relações com essa pessoa e por um segundo pensar 'cadê o outro cara?', você tem "porn brain". 

E ele contínua: "Mesmo que logo perceba que se trata de uma situação interativa, que não há 'outro cara', que você é 'o cara', não há o que ser feito". 

Basicamente, Maron mostra que a relação passiva de longa data com um produto pode fazê-lo esquecer da relação ativa com as coisas - no caso, pessoas. 

Não é muito diferente do que acontece no Brasil, ultimamente. 

Em menos de um mês somos despertados com notícias e  mais notícias, uma pior que a outra. Mas tem gente que acha que está tudo bem, ou seja, que pode piorar. 
Porém, nos últimos dias, as reportagens se concentram muito mais nas investigações e em informações encontradas sobre o Presidente e seus minio...aliados, desculpa, confundi aqui. 

A cada manhã descobre-se uma nova história. Em 24 horas, Flavio, filho de Jair - sem sobrenome, melhor assim - vira manchete não só por usar mamat-foro privilegiado para escapar de investigações envolvendo ele e Queiroz - o homem de negócios mais bem sucedido do Brasil - como também  por receber 96 mil em quase 50 depósitos em um mês. 
Além disso, a notícia recente de que uma funcionária, que disparava mensagens no Whatsapp para a campanha, foi contratada como assessora do governo. 

O que impressiona, além da cara de pau, é a falta de comentários do papai de Flavio e do Vice-presidente - que somente disse que "não comenta e aguardará esclarecimentos". 

Tal como o "porn brain" de Marc Maron, o novo Presidente, e seus mais fervorosos eleitores, parecem ainda não ter entendido que Lula já está preso e o PT já não governa mais. Se trata dele, e dos seus, agora.

Na posição mais interativa possível, "o cara" é Bolsonaro. 

Por: Victor Braz 

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