Critica - Séries de TV: Marvel: Demolidor (Temporada 2)

Justiceiro rouba a cena em ano que faz o trabalho de continuar e referenciar o universo Marvel na Netflix.
Demolidor é o carro-chefe na parceria entre a Marvel e a Netflix, sem dúvidas. Apesar de só haver Jessica Jones (enquanto não chegam as vindouras Luke Cage, Punho de Ferro e os Defensores) como o próximo passo, é visível que a série da anti-heroína alcoólotra não foi tão chamativa. E o segundo ano de Marvel: Demolidor (Marvel's Daredevil) faz o serviço de referenciar e continuar o universo Marvel na Netflix - porém de formas mas minuciosas, jornais sobre o ataque de Nova Iorque em Os Vingadores, investigações sobre Jessica Jones, Luke Cage, e até a aparição especial da advogada Hogarth (Carrie-Anne Moss), personagem de Jones. E nisso o seriado criado por Drew Goddard continua fazendo muito bem, sem ter excessos, mas, em termos de roteiro, há uma grande evolução entre um ano e outro. Não é só no fato da entrada de Frank Castle, o Justiceiro (John Bernthal) e de Elektra (Élodie Yung) - personagem criada por Frank Miller para as histórias do Homem Sem Medo, que também aparece no filme com Ben Affleck em 2003 -, e sim na história mais elaborada, cheia de ação, que envolve vários núcleos que de alguma forma se juntam. 

Igual a primeira temporada com a história da Union Allied, que envolveu a personagem Karen Page (Deborah Ann Woll) e o vilão Wilsom Fisk, o Rei do Crime (o excelente Vicent D'Onofrio), que também tinha vários desdobramentos e histórias, que envolviam os advogados Foggy Nelson (Elden Henson) e Matt Murdock (Charlie Cox), aqui há um enredo mais elaborado, que usa daa história de Frank Castle, que ganhou a alcunha de Justiceiro após sua família ser brutalmente assassinada, para engrenar a trama, que reúne não só mafiosos chineses e ninjas até casos de tribunal. E acredite, o roteiro é tão bom quanto eclético. E seus personagens também. Charlie Cox esta mais a vontade como Murdock e Demolidor, com cargas de humor funcionais e boas partes de drama, o ator faz em 2 episódios o que Ben Affleck não fez em um filme. E sua química com Elden Henson como Foggy funciona e parece mais sincera, e o mesmo se diz sobre Deborah Ann Woll como Karen Page, que igualmente melhora no papel. 

O elenco de apoio também ganha mais importância, como a enfermeira Claire (Rosario Dawson), o policial Brett Mahoney (Royce Johnson) e Scott Glenn como Stick.  Contudo, os novos no elenco, John Bernthal (o Shane de The Walking Dead) e Élodie Yung impressionam. Sem os extremos de Vicent D'Onofrio, temos um excelente Justiceiro. Ao contrario dos que foram mostrados no cinema, o Frank Castle aqui é visivelmente abalado e tomado por vingança, um verdadeiro exército de um homem só, disposto a fazer tudo para vingar sua família, e, igual ao Demolidor, ter sua redenção em algum momento. E no outro lado, uma Elektra fria e assassina que mata por problemas próprios mas sem motivos aparentes. E no meio disso, o Diabo de Hell's Kitchen, que combate o crime para "deixar sua cidade um lugar melhor", acabando com o crime com as próprias mãos e tentando pregar leis que ele mesmo quebra em certos momentos. Ou seja, opostos que inevitavelmente se atraem por um bem maior, mesmo não sendo heróis nem anjos. 

E isso a abertura deixa bem claro. Um bairro banhando de vermelho. Com leis sujas de sangue por criminosos que se entranharam no local e não querem sair. E se Hell's Kitchen precisa acabar para renascer, nem o Demolidor pode responder, mas pode salvar sua cidade, seu bairro, mesmo transformando-a numa zona de guerra, igual as confusões causadas pelo Justiceiro e pela batalha de Nova Iorque. Se todos somos heróis, não há como saber, mas a segunda temporada de Marvel: Demolidor mostra o caminho a ser trilhado até a vindoura Os Defensores, que reúne o quarteto, contando com Luke Cage e o Punho de Ferro. É só mais um passo. Nota: 10

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