Critica: Adeus á Linguagem
Jean-Luc Godard filosofando num longa que celebra a tridimensionalidade.
Se em Magic Mike XXL a sessão de pouco em pouco se enchia de mulheres em Adeus a Linguagem (Adieu au Langage 3D) aconteceu o mesmo, só que com idosos. E provavelmente os únicos presentes na sala que conhecem o trabalho de Jean-Luc Godard desde muito tempo. Mas a questão aqui é, cada filme tem seu público, e tenho esse blog para avisar que o primeiro filme em 3D de Godard não é muito recomendável. Primeiramente, não tem história, se vasculhado, talvez encontre-se algo, algum respingo de enredo dentro dessa filosofia em forma de longa-metragem. Em 70 minutos, Godard faz em seu filme uma diferenciada experiência em três dimensões, mas não aquele que faz coisas voarem em nossas faces, e sim, uma 3D em camadas.
Uma celebração a tridimensionalidade.
Não há muito porquê de Adeus a linguagem ser tridimensional. As ideias na qual o diretor pretende transmitir são simples, mas nada muito que passe de um amontoado de sequências que podem querer dizer alguma coisa.
Mas seu 3D junto a fotografia de Fabrice Aragno trazem planos que exaltam a tecnologia. Mas a forma como a película usa da tecnologia é o diferencial. Há partes onde se juntam duas cenas em uma, uma fica em foco, a outra desfocada, e acredite, aos que usam óculos ou se sentem incomodados com o 3D é recomendável ver em 2D. Todos seus planos - não é mentira - Todos são separados por camadas, exemplo, uma grade - primeiro plano, mulher - segundo - paisagem - terceiro - e toda a divisão de camadas é assim, no filme inteiro. Mas não é só a tecnologia tridimensional que vale o ingresso. Sua trama não existe. Mas acredite, sua filosofia trabalhada em torno de 1 hora e 10 minutos consegue ser transmitida. Cortes bruscos, uma divisão repetida de capítulos, mudança de cores, repetição da música, de cenas...São coisas que o diretor de Filme Socialismo usa para passar sua ideias ao público, e de forma bem duvidosa. Mas seu estilo de "narrativa" deveras lento é ameno ao fato do filme não ter nem 90 minutos. Mas, talvez, um diretor com tantos anos de experiência não faria um filme sem motivos em questão de narrativa. Como diz Godard na narração do longa, "a imagem hoje é o assassino do presente", e em seu tridimensional longa-metragem, muda nosso jeito de ver as coisas, com as mudanças de cores, cortes bruscos, é um experimento por parte do cineasta.
Apesar de tudo isso, Adeus a Linguagem pode ser o último filme de Jean-Luc Godard. Um trabalho filosófico experimental. "Um filme precisa ter início, meio e fim, mas não exatamente nessa ordem", essa frase é do próprio diretor, Godard, que em seu possível último trabalho, leva essa própria citação á sério. Mas, á meu ver, Jean-Luc Godard quis fazer seu último experimentalismo, num filme que brinca com a linguagem, tanto que no início da projeção é dito que o diretor quis que certas partes não fossem traduzidas. Cada um tem sua linguagem, até o cinema, e Godard Exalta isso, mas termina só mostrando - em meio á um amontoado de cenas - um simbolismo que qualquer um entende: um cachorro. Pois, afinal, cachorros só tem uma linguagem. Nota: 4/9
Apesar de tudo isso, Adeus a Linguagem pode ser o último filme de Jean-Luc Godard. Um trabalho filosófico experimental. "Um filme precisa ter início, meio e fim, mas não exatamente nessa ordem", essa frase é do próprio diretor, Godard, que em seu possível último trabalho, leva essa própria citação á sério. Mas, á meu ver, Jean-Luc Godard quis fazer seu último experimentalismo, num filme que brinca com a linguagem, tanto que no início da projeção é dito que o diretor quis que certas partes não fossem traduzidas. Cada um tem sua linguagem, até o cinema, e Godard Exalta isso, mas termina só mostrando - em meio á um amontoado de cenas - um simbolismo que qualquer um entende: um cachorro. Pois, afinal, cachorros só tem uma linguagem. Nota: 4/9
Comentários
Postar um comentário