Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2014

Critica: Livre (Mostra SP 2014)

Imagem
Nota: 8/3 Reese Witherspoon faz trabalho memorável em cinebiografia. Em Livre (Wild, 2014) que adapta a biografia de Cheryl Strayed, Reese Witherspoon é a protagonista que esta tentando se re-encontrar na vida fazendo o PCT (Pacific Crest Trail) uma das caminhadas mais difíceis dos EUA, que consiste em caminhar da fronteira entre os Estados Unidos e México até a fronteira com o Canadá. O filme tem partes boas e ruins, Reese manda bem no papel, igual a Laura Dern, que faz a mãe. A atriz, convence quando precisa mostrar o quanto a personagem esta decadente, mas, parece que só fez isso para ser indicada a um Oscar. O filme é bonito, fotografia ótima e direção sólida, a cada momento é soltado fragmentos da vida de Cheryl, que em determinado momento você se toca da situação da personagem. A direção é boa, do mesmo diretor do Clube de Compras Dallas, um pouco longo demais, o filme mais longo que eu vi na Mostra e também foi o filme mais pipoca e que com certeza vai estrear, por ser um...

Critica: Sangue Azul (Mostra SP 2014)

Imagem
Nota: 5/4 Lírio Ferreira em longa desencontrado. Todo gravado em Fernando de Noronha, Sangue Azul (2014) conta a historia de um acrobata (Daniel de Oliveira) que trabalha no circo Netuno, no começo do filme é mostrado a montagem do circo na ilha e partindo disso o filme foge muito de suas pretensões. Várias cenas mostrando a ilha de Fernando de Noronha, ótima fotografia mas um dos maiores erros do longa é que ele é longo demais. A divisão de capítulos não é boa e deixa o filme parecendo ter mais tempo do que ele de fato tem. A direção é regular, na sessão de perguntas e respostas após o termino do filme o diretor disse que tinha 2 horas e 30 minutos só de cenas em baixo do mar, parece que o diretor queria mostrar a beleza da ilha do que contar a historia. Muitos personagens mal aproveitados e muitos efeitos e acontecimentos pouco aproveitados e sem valor no filme. Os primeiros minutos de filme é feito em preto e braco, mas não tem motivo, parece só mais um efeito. Sangue Azul é um...

Critica: Obra (Mostra SP 2014)

Imagem
Nota: 8/7 Filme paulistano marca a direção do primeiro longa-metragem de Gregório Graziosi. Após passar no Festival do Rio, de Toronto e da Itália, Obra (2014) chega a Mostra SP. Com a excelente fotografia de André Brandão, com toques surrealistas e em preto e branco e com os sons capturados por Fabio Baldo, dando vida a uma São Paulo claustrofóbica. A trama fala sobre um arquiteto (Irandhir Santos) que está prestes a ter seu primeiro filho, quando um cemitério clandestino é descoberto em meio a um terreno pertencente a sua família e sendo convencido por seu pai a deixar isso de lado, ele precisa lidar com um pesado legado de seu avô e também precisa cuidar da própria saúde. Em várias entrevistas e também na primeira sessão do filme na Mostra (com uma sessão de perguntas e respostas) o diretor e membros da equipe falaram que Obra é um filme totalmente paulistano e com uma visão bem autoral e particular da cidade. Em outras entrevistas o diretor fala de referências do cinema i...

Critica: Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência (Mostra SP 2014)

Imagem
Nota: 10 Nós humanos somos muito babacas. Roy Andersson é um dos maiores filósofos do cinema atual, após seus 2 primeiros longas o diretor retorna em Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência (A Pigeon Sat On a Banch Reflecting On Existance, 2014) que encerra sua trilogia existencial. O longa se constitui em vários esquetes, com enquadramentos imóveis e sem cortes. O filme trata da existência humana com um humor muito inteligente mas ainda deixando aquele pensamento em que todos terão ao final da sessão: "como nós somos babacas". Solidão, materialidade, depressão, tempo, saúde, capitalismo... isso tudo é mostrado e discutido no filme. Cenas muito engraçadas mostrando o cotidiano das pessoas, tendo partes muito absurdas, por causa de decisões tomadas por certos personagens. Há muita discussão dentro do filme, principalmente com dois personagens, vendedores da industria do entretenimento, que trabalham para divertir os outros e que são tristes e deprimidos. ...

Critica: Transcendence - A Revolução

Imagem
Nota: 4/3 Um filme baseado em conceitos, uma historia interessante e uma direção ruim. O sci-fi, muitas vezes mostra a evolução e avanços da humanidade usando conceitos tecnológicos, como em  Ela , que mostra a tecnologia já embutida a muio tempo na sociedade. Transcendence - A Revolução (Transcendence, 2014) usa esses conceitos mas de uma forma piorada. Em partes a historia é interessante: Dr. Will Caster (Jonny Depp) é um especialista em tecnologia, especificamente em inteligências artificiais, ele e sua esposa (Rebecca Hall) tem o mesmo objetivo ajudar o mundo usando tecnologia, em uma de suas palestras Will Caster é morto por um grupo terrorista anti-tecnológico que abomina os planos do cientista. Partindo disso sua esposa e seu amigo Max (Paul Bettany) transferem sua mente para um computador, bem parecido com Ela, mas de uma forma mais séria. Os problemas aparecem depois que o personagem de Depp tem sua consciência transferida, o ritmo do filme cai drasticamente. Se tiv...

Critica: Heróis de Ressaca

Imagem
Nota: 8/2 Após Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, Edgar Wright encerra sua trilogia. Igual a  Chumbo Grosso  e outros filmes do diretor, Heróis de Ressaca (World's End, 2013) não foi lançado aqui no brasil, somente em DVD ou Blu-Ray. A historia fala sobre 5 amigos, que quando eram mais jovens tentaram fazer a "Milha do Ouro", que consiste basicamente em várias pessoas (no caso, um grupo de amigos) beberem uma cerveja em 12 Pubs. O resultado não deu certo, alguns dos 5 amigos não conseguiram e 20 anos depois Gary King (Simon Pegg) quer tentar terminar esse assunto pendente e conseguir chegar ao World's End (o ultimo Pub). Tudo ocorre igual aos dois primeiros filmes, a historia vai se desenrolando, coisas estranhas vão acontecendo e chega o clímax do filme, que tem muitas cenas de ação. Humor britânico muito engraçado, momentos de drama bem executados, boas atuações, principalmente Simon Pegg como Gary King, que começa de um jeito e termina não muito difere...

Critica: Selvagens

Imagem
Nota: 7/2 O mundo do narcotráfico no novo filme de Oliver Stone. O longa fala sobre dois amigos, Ben, budista e sossegado e Chon um veterano de guerra. E também Ophelia (Mais conhecida como "O"), que é a narradora da historia. Os dois amigos, porem são vendedores da melhor maconha de Laguna Beach e também de outras cidades. Mas Selvagens (Savages, 2012) traz algo novo ao cinema, as narrações em off de da personagem Ophelia (Blake Lively) desconstroem o filme, mudando o final e também mudando várias cenas do filme. A historia fica melhor quando os dois protagonistas não aceitam um acordo que iria beneficiar eles mesmos e a outros Cartéis Mexicanos e ai o filme vira uma verdadeira ''novela mexicana" com direito a reviravoltas e muitas cenas de ação. Oliver Stone repete um pouco oque fez em Scarface (que só roteirizou), mas de uma forma diferente e sem momentos de explosão. Benicio Del Toro, Salma Hayek e John Travolta também estão no elenco e estão bem, Del T...

Critica: Carrie - A Estranha

Imagem
Nota: 1 Um filme ruim, feito na hora errada. Um filme sobre o Girl Power nos tempos da paranoia pós-Columbine. O remake dirigido por Kimberly Peirce (Meninos Não Choram) não foge do material original: Carrie, uma garota estranha sofre bullying constantemente no colégio em que estuda, até que, no baile de formatura ela sofre o bullying máximo e usa seus poderes paranormais para ter sua "vingança". Não tem partes boas em Carrie - A Estranha (Carrie, 2013), em certas horas parece que a diretora queria criar sua própria Fênix dos X-Men. Todos os personagens são ruins e caricatos. Até a personagem da mãe de Carrie, interpretada por Julianne Moore é chata, uma religiosa extrema e outra louca do filme, junto a própria Carrie. Há cenas onde tudo parece um videoclipe dos anos 90. O filme não tem interesses nos seus personagens, não tem como  gostar de nenhum. Parece que Carrie é um filme que está nos tempos da vingancinha, onde a personagem comete atos de violência com pessoas q...

Critica: O Lobo de Wall Street

Imagem
Nota: 9/2 A ostentação no novo filme de Martin Scorsese. O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, 2013) traz várias marcas do diretor Martin Scorsese de volta, uma delas é o narrador mudar oque acontece na cena, como quando Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) muda a cor do carro na narração, logo no começo do filme. É o longa mais festeiro do diretor e um dos mais engraçados, mistura muito humor visual, cenas completamente surtadas, humor negro, piadas inteligentes (porque não)....um verdadeiro amálgama. O filme conta a historia de Jordan Belfort, um corretor da bolsa de valores que ficou milionário durantes os anos 90, utilizando métodos de caráter duvidoso. Há uma transformação de personagem excelente em Jordan Belfort ao longo do filme, no começo uma pessoa honesta, trabalhava não ganhando muito, mais vivia feliz, no final vira rico, a custa dos outros e um drogado. Em certas horas O Lobo de Wall Street lembra a Scarface, onde Tony Montana (Al Pacino) constrói um império ...

Critica: Mapas Para as Estrelas

Imagem
Nota: 7/5 A visão Cronenberguiana de Hollywood. Há vários filmes que falam sobre os atores e atrizes e como é difícil trabalhar nesse meio, Mapas Para as Estrelas (Maps to the Stars, 2014) mostra isso muito bem, mas na visão surrealista e, ao mesmo tempo realista e diferente de David Cronenberg (Cosmópolis). O longa fala sobre a família Weiss, que nasceu e cresceu diante do cinema. O Dr. Stafford Weiss é especialista na auto-ajuda e sua esposa administra a carreira do filho de 13 anos, Benjie, um ator-mirim. Mas tudo começa a desmoronar quando a filha delinquente Agatha (Mia Wasikowska) começa a trabalhar para uma atriz em depressão (Julianne Moore), que quer fazer um remake de um filme de sua falecida mãe e que também quer recuperar sua carreira. O personagem Benjie, o ator-mirim é um dos personagens mais engraçados do filme, ele odeia fazer filmes infantis, mas sua mãe insiste. O diretor traz para o filme algumas cenas de delírio, onde pessoas mortas aparecem para assombra...

Critica: Rush - No Limite da Emoção

Imagem
Nota: 7/9 Um longa sobre a obsessão de dois homens. Filme de Ron Howard relembra a historia da histórica rivalidade entre Niki Lauda e James Hunt, ambos eram esportistas e muito habilidosos, mas os dois tinham personalidades e estratégias muito diferentes: Lauda era centrado e preciso e Hunt era mulherengo, agressivo e festeiro. O filme conta a historia de como eles se conheceram e como a rivalidade começou. Ambos corriam na Fórmula 3, James Hunt era veterano e Lauda um novato, na primeira cena vemos que os dois pilotos se estranham um pouco e isso é mostrado com mais intensidade no futuro. Daniel Brühl é Niki Lauda, usando dentes falsos para dar o aspecto de rato que Lauda tinha e fazendo um sotaque austríaco. Chris Hemsworth é James Hunt, um papel fácil se comparado ao de Brühl, é um papel mais convencional do ator. Os diálogos entre os dois são muito bons, dentro e fora da pista. A fotografia é excelente, um pouco granulada, emulando filmes dos anos 70.  A trilha sonora de ...

Critica: O Juiz (Festival do Rio 2014)

Imagem
Nota: 8/4 Drama com os Robert's. Robert Downey Jr. vive um advogado cujo a mãe morreu e ele precisa ir a sua cidade natal, que ele não gosta muito para ir ao funeral da mãe. O pai da família (Robert Duvall) é o juiz da cidade e ele e o filho não se dão bem, mas na hora em que o filho descobre que o pai esta sendo acusado de homicídio ele vai atrás de pistas para provar o contrário. Um pouco de filme de tribunal, filme de família e reconciliação e claro drama e um pouco de comédia, esse amalgama de gêneros forma O Juiz (The Judge, 2014), é o primeiro drama dirigido por David Dobkin (Penetras Bons de Bico) e que vale mais pela atuação dos atores que a historia, Robert Duvall ou Robert Downey Jr. podem receber uma indicação ao Oscar, ambos os dois atores estão bem, Downey Jr. não mostra resquícios de Tony Stark e Duvall ainda lembra um pouco ao advogado da Família Corleone em O Poderoso Chefão. As partes de comédia são boas mas que em certas vezes fica gratuita, mas são engra...

Critica: The Humbling (Festival do Rio 2014)

Imagem
Nota: 7/7 Tragicomédia fala sobre perda de atuação, em um filme bem atuado. Na trama Al Pacino vive um ator em decadência, era um ator excelente e ele começa a perder o dom de atuação, o filme começa quando ele se aposenta e começa um tratamento psicológico, onde conhece pessoas loucas. Depois de um tempo ele vai morar em uma casa, na floresta e ele recebe a visita da filha de uns amigos (Greta Gerwig) e que começam um caso juntos. O filme tem partes de comédia e drama, ambos os dois gêneros são bem utilizados mas o filme não é tão bom. Tem partes bem confusas, o personagem de Pacino tem vários delírios e que deixam o espectador não sabendo oque é real e oque é loucura da cabeça do personagem. Um papel bem teatral e que mostra a obsessão dos atores, há vários diálogos onde o personagem fala que enxerga a vida como uma peça de teatro. O papel de Greta Gerwig emula um pouco do seu personagem em Frances Ha (2012), é uma personagem que é confusa. O humor é usado na hora certa mas em al...

Critica: Whiplash - Em Busca da Perfeição (Festival do Rio 2014)

Imagem
Nota: 9/1 Um ensaio sobre perfeccionismo em um filme de extremos. Em Whiplash - Em busca da Perfeição, drama musical com Miles Teller, que vive um baterista de jazz que estuda em uma das melhores escolas de musica do mundo. Apaixonado pela bateria e desejando ser um musico de sucesso ele não pensa duas vezes de trabalhar ao lado do temido Fletcher (J. K Simmons) e sua prestigiada banda. O professor, no entanto usa métodos de caráter duvidoso, que são vistos a maus olhos no mundo de hoje. Não demora para vermos que o baterista novato dá seu sangue e suor para ter virtude. O filme se torna uma historia de rivalidade, mas que, no final, vemos que não é assim. Em termos de atuação o filme é excelente, Miles Teller (o futuro Doutor Fantástico do cinema) se entrega no filme, dando, literalmente sangue e suor. J.K Simmons faz aqui um professor quase bipolar, estados emocionais sempre mudando e que depois de gritar ou bater em algum aluno ele ri, mostrando, também uma entrega ao persona...