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Mostrando postagens de março, 2015

Critica: Prometheus

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O cinema-ostentação de Ridley Scott. Desde muitos anos um dos atrativos da ficção cientifica é achar respostas para o desconhecido, a criação da vida, do universo, porém, todavia essas respostas não são as mais plausíveis, nem as mais reais, e a suspensão de descrença entra justamente quando as ideias propostas são deveras irreais, por mais profundas que sejam. Prometheus, o prelúdio de Alien - O Oitavo Passageiro entra justamente nessas discussões, cujo as profundidades filosóficas vão mais além, mas rompe a suspensão de descrença. O Diretor Ridley Scott faz aqui uma colagem de referências, que vão de Erich von Däniken (autor do livro Eram os Deuses Astronautas?), Stanley Kubrick e Andy e Lana Wachowski. Os efeitos visuais, que contam com a volta do suíço H.R Giger, criador do design de Alien salvam o filme, engatando cenários que remetem a A Viagem (2012), cheios de detalhes, Prometheus é sim lindo. Um desfile técnico que mostram que os valores de produção falam mais alto que o r...

Critica: Tusk - A Transformação

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Nota: 4/9 Novo filme de Kevin Smith transforma webcelebridade em morsa. O cinema não consegue ficar mais aleatório e bizarro do que Tusk - A Transformação (Tusk, 2014), novo terror de Kevin Smith. Na trama, um podcaster bem sucedido (Justin Long) vai as distantes terras do Canadá para entrevistar uma reclusa celebridade da internet, o "Kill Bill Kid". Após saber que o mesmo esta morto, ele acaba encontrando outro personagem, um velhinho de fala mansa que tem muitas histórias do mar para compartilhar. O que nosso protagonista não sabe é que o velho é um sádico que deseja transforma-lo numa morsa.  A  história não é insana por acaso. Surgiu em uma sessão de podcast do próprio Kevin Smith, onde passou mais de uma hora contando essa ideia ao público e um tempo depois abriu uma enquete para saber se as pessoas queriam ou não um filme sobre isso. O resultado é bizarro, com imagens fortes, ainda que realizadas com baixo orçamento, o filme gera tensão, mas não é engraçado, embora...

Critica - Séries de TV: House of Cards (Temporada 1)

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Nota: 10 A reinvenção da série politica. "Dinheiro é a mansão no bairro errado, que começa a desmoronar após dez anos. Poder é o velho edifício de pedra, que se mantém de pé por séculos. Não respeito quem não sabe distinguir os dois", essa frase é dita por Frank Underwood (Kevin Spacey) logo na primeira temporada de House of Cards, primeira série de politica da Netflix, baseada na original criada por Beau Willimon. Essa comparação entre poder e dinheiro é o cerne da primeira temporada, que já começa em meio a conflitos, onde o recém eleito a presidente Garret Walker (Michael Gill) quebra uma promessa com Frank, que seria nomeado a secretário de estado, que, agora quer derrubar o governo que elegeu. De inicio a série já acerta em elenco, contando com Kevin Spacey como Frank Underwood, Robin Wright como Claire Underwood, Michael Kelly como Doug Stamper, Kate Mara como a repórter Zoe Barnes entre outros. Diferente de outras séries, House of Cards tem um formato próprio, onde...

Critica - Séries de TV: Powers The Series (Critica do Piloto)

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Nota: 6/7 Sony em seu primeiro tropeço no mercado de séries de TV. Eu não li a HQ de Brian Michael Bendis antes de assistir o piloto de Powers, primeira série exclusiva da PSN, cujo a qualidade de produção permite que a adaptação sirva mais enquanto série policial do que de histórias em quadrinhos. Christian Walker (Sharlto Copley) é um detetive - que misteriosamente perdeu seus poderes - da divisão policial "Powers", que investiga, ou prende, pessoas com poderes sobre-humanos, junto a sua nova parceira, Deena Pilgrim (Susan Heyward), os dois precisam investigar um caso de morte. Não demora muito para vermos que Powers pode brevemente se tornar um "caso da semana", onde todo episódio é independente do outro e não é necessariamente preciso acompanhar a temporada inteira. Os efeitos especiais também não são os melhores, apesar de ser o piloto, a série economiza, para, talvez um final de temporada apoteótico, com direito há explosões, mas, por ser adaptada de uma H...

Critica: Kingsman: Serviço Secreto

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Nota: 10 Uma absurda e divertida homenagem aos clássicos da espionagem. Não demora muito para Harry "Galahad" Hart (Colin Firth) dar uma surra em um bando de jovens num bar em Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service, 2015), essa cena pode ser um dos únicos clichês da adaptação ao cinema da HQ de Mark Millar e Dave Gibbons - onde o inicio da relação entre mestre e pupilo é colocada á prova numa briga mostrando suas verdadeiras intenções - que é uma clara homenagem aos antigos filmes de espionagem. A trama acompanha Gary "Eggsy" Unwin (Taron Egerton), um garoto rebelde de Londres que vê uma oportunidade de vida no legado de seu falecido pai, um antigo membro da Kingsman. Na organização secreta, Galahad é seu mentor dentro de uma versão 2.0 da Távola Redonda, contando com Arthur (Michael Caine) e Merlin (Mark Strong), que precisam acabar com Valentine (Samuel L. Jackson), que quer "salvar" a terra com um plano genocida. Em outras adaptaç...

Critica: A Pele que Hábito

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Nota: 4/1 Frankestein moderno de Pedro Almodóvar já surgiu velho. Quando decidiu adaptar o livro Tarantula, do escritor francês Thierry Jonquet para o cinema, o cineasta Pedro Almodóvar disse que iria fazer um longa de terror sem gritos e sustos, A Pele que Hábito (La Piel Que Habito, 2011) se limita a esse fato, um falso filme de terror que cai pro romance e drama muito rapidamente. Desde o início já ficamos sabendo que o cirurgião plástico Robert Ledgard (Antonio Banderas) perdeu sua mulher e que o mesmo passa seus dias trabalhando numa pele perfeita que não sofre nenhum tipo de dano - desde queimaduras a picadas de mosquito - misturando DNA humano e um suíno. Embora negue, Ledgard esta tentando re-criar sua falecida esposa por meio da ciência, esse fato é mais que evidente, mas a evidência é só mais um enigma num filme de respostas simples. Á medida em que os enigmas vão sendo respondidos, Almodóvar vai se perdendo dentro de sua história e a obviedade toma conta. Porém, o direto...

Critica - Séries de TV: Unbreakable Kimmy Schmidt (Temporada 1)

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Nota: 8/5 Netflix acerta no humor em nova série. É num culto religioso que começa o primeiro episódio de Unbrekable Kimmy Schmidt, nova série cômica da Netflix, dos mesmos criadores de 30 Rock, Tina Fey e Robert Carlock. Kimmy Schmidt (Ellie Kemper) ficou presa durante 15 anos da sua vida por um fanático religioso maluco, ela e suas colegas de bunker são finalmente soltas e a personagem-titulo decide viver uma vida normal em Nova York. Cheia de esperanças e impressionada com tudo o que vê, Kimmy explora todas as possibilidades que "a cidade que não dorme" tem a oferecer. De cara percebe-se que o humor funciona muito bem, o piloto mostra a experiência de Kimmy na cidade grande, desde seu primeiro emprego, seu primeiro apartamento, ser roubada pela primeira vez e tudo isso junto há um humor inteligente. Diferentemente de outras séries, como House of Cards, Orange is the New Black, Marco Polo, Unbreakable Kimmy Schmidt não é apelativa ao grande público, sem muitas explicações ...

Critica - Séries de TV: Bojack Horseman (Temporada 1)

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Nota: 5/7 Netflix cria sua primeira sitcom animada e traz as mesmas regras de outras produções, agora, só falta a graça. Nos anos 1990 havia muitas séries de comédia na TV, como Friends, Um Maluco no Pedaço (The Fresh Prince of Bel-Air), Família Dinossauro (Dinosaurs), Beavis and Butt-head, Futurama, Uma Família da Pesada (Family Guy), South Park, Seinfeld, Os Simpsons (The Simpsons)...e muitos outros exemplos, essas sitcoms deram base a muitas outras que viriam futuramente e a Netflix - responsável por House of Cards, Orange Is the New Black, Lilyhammer - não poderia ficar de fora dessa "moda" da TV. Depois da boa resposta em sua primeira comédia assumida, feita por Rick Gervais (também responsável por The Office), Derek, a Netflix decide criar outra série de comédia, agora animada, chamada de Bojack Horseman. A série conta a história de Bojack (Will Arnett), estrela de uma sitcom dos anos 90 que, após muitos anos sem trabalho, acaba virando uma ex-celebridade reclusa que...

Critica: Chef

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Nota: 4/8 A transgressão gastronômica nos tempos do food-truck.  Em Chef, comédia dirigida por Jon Favreau, Carl Casper (Favreau) é um chefe de um restaurante famoso, tem liberdade para fazer os menus, tem uma equipe boa, porém, quando um critico gastronômico vai jantar pela primeira vez no restaurante e não gosta da comida, Carl perde seu emprego e abre seu próprio food-truck, para recuperar seus instintos criativos gastronômicos e se aproximar da família. Até uma certa parte, Chef é um filme de comédia, porém, após o tal food-truck aparecer na trama, se torna um road movie, criando assim um amalgama agridoce (algo irônico se tratando de um filme assim) de dois gêneros: o filme de estrada e o de comédia. Ao viajar pelas cidades americanas, Chef mostra alguns pratos típicos e Favreau filma com elegância, porém, a unica parte técnica decente é a trilha-sonora, onde a seleção é pautada pelas cidades onde os personagens passam.  Em algumas partes as piadas funcionam, como qua...