Critica - Séries de TV: Bojack Horseman (Temporada 1)

Nota: 5/7
Netflix cria sua primeira sitcom animada e traz as mesmas regras de outras produções, agora, só falta a graça.
Nos anos 1990 havia muitas séries de comédia na TV, como Friends, Um Maluco no Pedaço (The Fresh Prince of Bel-Air), Família Dinossauro (Dinosaurs), Beavis and Butt-head, Futurama, Uma Família da Pesada (Family Guy), South Park, Seinfeld, Os Simpsons (The Simpsons)...e muitos outros exemplos, essas sitcoms deram base a muitas outras que viriam futuramente e a Netflix - responsável por House of Cards, Orange Is the New Black, Lilyhammer - não poderia ficar de fora dessa "moda" da TV.
Depois da boa resposta em sua primeira comédia assumida, feita por Rick Gervais (também responsável por The Office), Derek, a Netflix decide criar outra série de comédia, agora animada, chamada de Bojack Horseman. A série conta a história de Bojack (Will Arnett), estrela de uma sitcom dos anos 90 que, após muitos anos sem trabalho, acaba virando uma ex-celebridade reclusa que vive a vida em sua mansão junto a Todd (Aaron Paul), um festeiro que também não trabalha. A série trilha terreno conhecido, basicamente uma mistura de Family Guy, Os Simpsons, Two And a Half Men (mas só com 2 personagens) e um pouco do excelente Segurando as Pontas (Pineapple Express, 2008), esse amalgama teria tudo para dar certo (não é verdade?), porém, quase todas as piadas não funcionam. O porque disso acontecer é simples, os roteiristas reciclam humor e ideias de outras séries, um exemplo: em Uma Família da Pesada existe os flashbacks, que entram na hora certa quando outro personagem menciona um evento passado, em Bojack Horseman acontece a mesma coisa, mas não tem o mesmo peso. Essa falta de criatividade acaba trazendo maus episódios, como um que dura 25 minutos e mostra Bojack drogado. Porém, as partes que conseguem ser engraçadas são as referências e metalinguagens, como o flashback do programa, onde ele precisa usar um suéter, que o personagem odeia e os produtores avisam que isso é para ser engraçado, já que ele odeia, porque ele usaria?, outro exemplo são os nomes animalescos de celebridades e piadas com os mesmos, Quentin Tarantulino é um exemplo. Os trocadilhos não funcionam na legenda, como uma piada com Ben Stiller por exemplo, ou outra com Naomi Watts, mas ficam engraçadas, se a legenda for ignorada. 

Outro problema são as variações de tom nos episódios, pra mim os mais "filosóficos" são melhores, pelo simples fato de ser contra-intuitivo ao que a série propõe, mas, além do problema de tom, há episódios que ou são mais divertidos e outros muito chatos, quase desnecessários. Para resolver tudo isso, a Netflix precisa investir em roteiristas melhores, que tragam melhores diálogos e mais graça a série, potencial essa sitcom animada tem, bastante até, mas esses problemas de tom e humor definitivamente não fazem parte do cerne de se assistir séries de comédia na TV. 

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