Critica: Kingsman: Serviço Secreto

Nota: 10
Uma absurda e divertida homenagem aos clássicos da espionagem.
Não demora muito para Harry "Galahad" Hart (Colin Firth) dar uma surra em um bando de jovens num bar em Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service, 2015), essa cena pode ser um dos únicos clichês da adaptação ao cinema da HQ de Mark Millar e Dave Gibbons - onde o inicio da relação entre mestre e pupilo é colocada á prova numa briga mostrando suas verdadeiras intenções - que é uma clara homenagem aos antigos filmes de espionagem. A trama acompanha Gary "Eggsy" Unwin (Taron Egerton), um garoto rebelde de Londres que vê uma oportunidade de vida no legado de seu falecido pai, um antigo membro da Kingsman. Na organização secreta, Galahad é seu mentor dentro de uma versão 2.0 da Távola Redonda, contando com Arthur (Michael Caine) e Merlin (Mark Strong), que precisam acabar com Valentine (Samuel L. Jackson), que quer "salvar" a terra com um plano genocida. Em outras adaptações ao cinema de HQ'S de Mark Millar, sempre houve a relação entre mestre e pupilo: Kick-Ass tem Big Daddy, Wesley Gibson tem Fox em O Procurado, em Kingsman não é diferente, mas os clichês que há nessas em relações entre personagens fica amenizado e funciona muito bem. Outro aspecto que funciona e beneficia Kingsman de certa forma é a atuação de Colin Firth - que já havia feito O Espião que Sabia Demais e O Discurso do Rei - que aqui faz seu papel mais diferente e divertido, apesar de já ter feito um personagem mais excêntrico em Magia ao Luar de Woody Allen, porém, o ator soube perfeitamente como fazer seu personagem funcionar, sabe ser engraçado e sério.

Sem câmera tremida e cortes nas lutas

O diretor Matthew Vaughn conseguiu criar cenas de ação espetaculares, muitas vezes com um plano sequência sem cortes - parecido com Birdman, de Alejandro G. Iñarritu - e usando cortes-fusão em certas partes e, o melhor, sem a desagradável câmera tremida, usada principalmente em cenas de luta ou de tiro, aqui, essas cenas mais empolgantes são mais abertas e visíveis. Também, um truque do diretor para deixar suas cenas de luta ou tiroteio mais empolgantes é filmando igual ao "efeito Vertigo" de Alfred Hitchcock, dando zoom e afastando a câmera, para fazer as cenas cenas de ação. Além de ser, tecnicamente falando, muito bem feito, Kingsman: Serviço Secreto é uma excelente homenagem aos clássicos da espionagem. Aos que gostam dos filmes de espião mais sérios, como O Espião que Sabia Demais, Argo (pode ser considerado espionagem), os filmes mais recentes do 007 e outros, um recado: "Kingsman não é esse tipo de filme, xará".


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