Critica: Spotlight: Segredos Revelados
Filme investigativo de Thomas McCarthy traz a importância do jornalismo pré-internet, mas não sabe em que focar.
Talvez o maior chamariz de Spotlight: Segredos Revelados (Spotlight, 2015) seja por tratar de um caso que da uma maior importância ao jornalismo na era antes da internet. Em tempos onde a web cresce mais a cada dia, o que fez extinguir diversas outras mídias, com o streaming, acabou-se as vídeo-locadoras, as gravadoras de CD, e em alguns casos, tirou as pessoas da frente da TV. E cada uma lidou a sua forma, algumas, couberam a se reinventar. Antes de seu advento, os jornais lutavam para que as pessoas deixassem de comprar os jornais nas bancas, hoje em dia, já não há mais o ato de ir comprar o jornal essencialmente, e sim, lê-lo on-line, o assinando. Todavia, o filme de Thomas McCarthy foi sim supervalorizado. "O melhor filme do ano" em muitos sites, porém, a película entretém, mas não é a obra-prima na qual estão falando.
Nele, o The Boston Globe, um dos mais respeitados jornais dos Estados Unidos, passa por uma crise, após cortes, um novo contratado já experiente chega, e Marty Baron (Liev Schreiber) tem a solução para os problemas. Walter "Robby" Robinson (Michael Keaton) é quem comanda o Spotlight, uma equipe de 4 pessoas da redação que cuida de casos grandes que exigem muita pesquisa e confidencialidade. Em 2001, houve um grande escândalo, há anos, menores eram abusados por padres da igreja católica, muitos sabiam, mas não faziam nada, sempre mudando os culpados de paróquia, e ao todo, mais de 90 padres em Boston cometiam tais atos, com mais de 1000 vítimas, e a equipe do Boston Globe foi quem o resolveu. Meses em pesquisas, entrevistas, um vai-e-volta de arquivos e muito esforço, porém, os 4 conseguiram levar á tona o tal caso. E Thomas McCarthy, junto ao roteiro de Josh Singer consegue além de relatar a investigação, dar o valor para o jornalismo e a importância da redação. Mas ao longo das mais de 2 horas de película, há muita gordura que poderia ter sido retirada na edição. Falta de ação e um ritmo maior para engrenar a história não são coisas que a direção dá muito valor, mas dá espaço para os atores trabalharem, e não há poucas atuações mais-ou-menos em Spotlight, todos fazem bem.
Mark Ruffalo atua no método, se entrega no personagem, criando um tique para sua atuação que o destaca do resto do elenco. Michael Keaton mostra seus anos de experiência fazendo justamente o mais experiente do grupo, e o mais engraçado, aonde se encaixa muito bem. Rachel McAdams faz esquecer a fraca segunda temporada de True Detective e faz aqui uma personagem mais séria em atuação mais calma, enquanto John Slattery também traz seriedade, porém, com alguns extremos. Contudo, um filme não se salva por elenco, e a direção aqui não sabe em que focar e o que mostrar. Quer mostrar o valor que a equipe de jornalismo tem mas relata algo completamente diferente: as peças estão todas lá, eles só montaram. E tudo é resolvido até rápido, porém, o clímax chega tarde e a duração não acompanha, fazendo os atores terem de fazer muito mais. E talvez seja por isso que muitos tenham elogiado tanto, por ser um longa que retrata essa importância dos jornais no pré-internet, e se identificaram.
Um filme que tenta nos mostrar a importância de uma mídia, um drama investigativo com clichês. Mas há partes muito interessantes e diálogos muito bons, todavia, muito supervalorizado pela própria mídia, com enxurradas de notas máximas. Se tivesse outro tipo de divulgação por parte dos críticos, veriam que Spotlight: Segredos Revelados não é tudo isso que estão falando. Nota: 6/3
Um filme que tenta nos mostrar a importância de uma mídia, um drama investigativo com clichês. Mas há partes muito interessantes e diálogos muito bons, todavia, muito supervalorizado pela própria mídia, com enxurradas de notas máximas. Se tivesse outro tipo de divulgação por parte dos críticos, veriam que Spotlight: Segredos Revelados não é tudo isso que estão falando. Nota: 6/3
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