Critica: Trumbo: Lista Negra
Astro de Breaking Bad esta excelente no filme de Jay Roach sobre a "caça as bruxas" em Hollywood.
Os anos 40 não foram uma boa época para se dizer ser comunista. Para os americanos, era igual ser judeu na Segunda Guerra. Quem era comuna, era traidor, ponto. O problema era tanto que foram criados comissões para saber se eles estavam infiltrados em solo americano, e uma das áreas suspeitas era a da indústria cinematográfica, na qual Dalton Trumbo (Bryan Cranston) entre outros eram expoentes. Após negaram respostas a perguntas do governo, ele e outros comunistas da área foram presos e colocados na Lista-Negra, onde eram impedidos de trabalharem, mesmo depois de cumprirem a pena. E esse boicote durou até os anos 70, e durante esse tempo, Trumbo passou a ser um ghost-writer e também um "doutor de roteiro", e não ganhava nenhum crédito pelo trabalho. Vindo a ter seu mérito anos depois. E Trumbo: Lista Negra (Trumbo, 2015), de Jay Roach retrata essa época, entre a comédia e o drama. Mas não se engane, o longa do diretor da franquia Austin Powers consegue equilibrar os dois gêneros, apesar de se oporem. Todavia, o roteiro de John McNamara, baseado no livro de Bruce Cook pede alguns exageros e bom humor.
E nada que atores como John Goodman - com uma cena impagável - não façam quando bem dirigidos. E falando em "bem dirigidos", não a um ator que esteja ruim aqui. Bryan Cranston, o astro da série Breaking Bad esta excelente como Dalton Trumbo, não só por estar muito parecido por conta da maquiagem, mas pelos trejeitos e as expressões, jeito de falar, andar, basicamente, um grande estudo de personagem e muita pesquisa. Entre outros nomes, estão o comediante Louis C.K., ótimo como o roteirista Arlen Hird, o já citado John Goodman, mais extremo do que nunca, Helen Mirren e Diane Lane, também incríveis, e Michael Stuhlbarg, David James Elliott, Elle Fanning, Dean O'Gorman, também estão muito bem.
E a direção de Jay Roach, em seu primeiro drama, é muito competente. Com momentos espontâneos de humor funcionais, o cineasta mostra que sabe lidar com outros gêneros, com uma cena de bater palmas, mas há partes grandes demais e alguns clichês desnecessários. Contudo, Trumbo: Lista Negra é um ótimo retrato de uma época onde as pessoas não podiam ter opiniões contrárias, e onde o cinema perdeu, temporariamente alguns nomes, que só por outras convicções foram taxados de traidores. Um pouco parecido com a situação hoje, onde indivíduos não podem seguir o que querem se não pagam o preço. Se o cinema é algo para as pessoas se espelharem, terem outras ideias, "uma forma de influência", Roach segue á risca. E se for dirigir mais dramas, que sejam tão dramáticos quanto divertidos. Nota: 9/4
E a direção de Jay Roach, em seu primeiro drama, é muito competente. Com momentos espontâneos de humor funcionais, o cineasta mostra que sabe lidar com outros gêneros, com uma cena de bater palmas, mas há partes grandes demais e alguns clichês desnecessários. Contudo, Trumbo: Lista Negra é um ótimo retrato de uma época onde as pessoas não podiam ter opiniões contrárias, e onde o cinema perdeu, temporariamente alguns nomes, que só por outras convicções foram taxados de traidores. Um pouco parecido com a situação hoje, onde indivíduos não podem seguir o que querem se não pagam o preço. Se o cinema é algo para as pessoas se espelharem, terem outras ideias, "uma forma de influência", Roach segue á risca. E se for dirigir mais dramas, que sejam tão dramáticos quanto divertidos. Nota: 9/4
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