Critica: Terceira Pessoa

Nota: 4/1
Diretor de Crash tem elenco e narrativa de amador.
No cinema você tem vários tipos de narrativa, que podem seguir um só personagem ou podem seguir vários - alguns diretores contam historias a partir de uma narrativas cruzadas, que podem ser criadas com 2 até 9 (ou mais) personagens - e o diretor Paul Haggis trabalha com esse estilo de narrativa, porém ele não consegue controlar o seu filme-coral. Depois do repentino sucesso de Crash - No Limite (Crash, 2005) o diretor volta as múltiplas narrativas com Terceira Pessoa (Third Person, 2015) e o resultado não foi o que o cineasta esperava. O roteiro segue três casais lidando com dilemas de relacionamento em Roma, Paris e Nova York - toda historia de múltiplas narrativas tem um "fio condutor", aqui o ponto de ligação e que dá o titulo "terceira pessoa" é um escritor (Liam Neeson) que, junto a uma repórter (Olivia Wilde), estão na subtrama parisiense. No segmento italiano temos um homem de negócios (Adrien Brody), que entra no bar errado e acaba conhecendo uma mulher (Moran Atias), que precisa resgatar sua filha, sequestrada pela máfia. Por último temos um casal (Mila Kunis e James Franco), que são divorciados e brigam pela custódia do filho. Haggis trilha terreno conhecido e procura trazer ligações misteriosas nas 3 historias, buscando confundir o público - para isso ele tem uma edição carregada de "match cuts" (uma técnica parecida com o corte-fusão, mas que é gerada a partir de objetos ou movimentos semelhantes de câmera, dando ilusão de continuidade), porém o diretor não soube deixar as três passagens interessantes de serem acompanhadas - seus personagens são unidimensionais, suas reviravoltas dramáticas exageradas beiram o amadorismo. 

Paul Haggis tenta criar algo parecido com os filmes de Alejandro G. Iñarritu (Babel) e Paul Thomas Anderson (Magnólia) e não chega nem perto disso, gerando um resultado piegas de criar algo memorável e inteligente. Um filme só tão esperto quanto seu criador - a única coisa que vem ao final de Terceira Pessoa é...vergonha.

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