Critica: Os Vingadores - Era de Ultron

Mudanças no cânone original não interferem no novo filme-coral da Marvel.

Desde os primeiros filmes, a Marvel Studios formula mudanças em cima do cânone dos quadrinhos, que reverberam nos vindouros filmes do estúdio. Em Os Vingadores: Era de Ultron essas mudanças são mais sutis, porém, esquecidas elegantemente (como os acontecimentos de Homem de Ferro 3, aqui, simplesmente não existe). Além de um dos principais filmes-evento da Marvel, Era de Ultron é a formação de terreno para a fase 3 - desde as desavenças entre Tony Stark (Robert Downey Jr) e Steve Rogers (Chris Evans) (preparando a adaptação da saga Guerra Civil), os gêmeos Maximoff (Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnson) (os primeiros Inumanos a aparecer no cinema, que ganhara um filme em 2019) - do estúdio. Apesar de Os Vingadores - The Avengers ser mais engraçado, sua continuação é mais sombria, porém, com mais ação. Seu estilo "dark" se materializa em Ultron (James Spader) (aqui, não criado pelo Homem Formiga), uma inteligência artificial criada por Tony Stark e Bruce Banner (Mark Ruffalo), para suprir uma necessidade de segurança mundial. 
Além de vilão, Ultron ganha mais importância ao longo do filme - o androide com crise histriônica lembra até David (o humanoide de Prometheus), que também queria ser um criador - Ultron faz aqui um ato de criacionismo, ou quase, que tem a forma de Visão (Paul Bettany, o dublador da inteligência artificial J.A.R.V.I.S). 
Apesar de tentar criar uma "vida", Ultron contem as mesmas confusões de seu criador: não há diferença entre destruir e salvar a humanidade. O humanoide anda pelos caminhos invisíveis da internet, gerando destruição, em prol da paz que ele acredita. Porém, apesar de ser um personagem mais aprofundado, seus atos são os mais clichês, contendo uma destruição exacerbada, quase ao estilo Michael Bay. 

As cenas de ação são excelentes - incluindo uma incrível cena inicial em 3D - mas o estilo videogame aqui agregado não inferioriza o todo, e sim, inclui mais empolgação as cenas - a sequencia da luta entre o Hulk e a Hulkbuster é um exemplo. 
Mas, apesar disso, a ação é mais exagerada, beirando o indescritível em vários momentos. 


Grandiloquentes, as sequencias não tem muito respiro. É a Marvel tentando se igualar á outros blockbusters.
A direção de Joss Whedon não é a culpa desses problemas, a evolução do cineasta é muito visível, até nas referências ao universo Marvel no cinema - vemos vislumbres de Thor Ragnarok e ao Os Vingadores: Guerras Infinitas. Há mais acertos do que erros, mas o hype em cima desse filme-coral Marvel é muito grande, e decepções não serão boas.
Com um filme quase instável, a Marvel erra ao tentar igualar sua adaptação á outros blockbusters. Seu cerne é brilhante, mas não - as vezes - é tão épico e grande quanto quer ser. Os Vingadores: Era de Ultron não é o melhor que a Marvel pode fazer - seus erros pesam no final. Nota: 9/1

PS: Assista em 3D (se puder) e fique até o pós-créditos, vale a pena.

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