Critica: Sicário: Terra de Ninguém
Enervante, a guerra as drogas é travada no solo americano em suspense eletrizante de Denis Villeneuve.
Denis Villeneuve, em seu terceiro trabalho feito nos EUA, impressiona por manter sua qualidade narrativa enquanto ecoa grandes sucessos do mesmo gênero em Hollywood. Depois de ter impressionado o público com seu Os Suspeitos (Prisoners, 2013), na qual lidava com assuntos morais em meio a um sequestro, e em sua adaptação do livro de Saramago, O Homem Duplicado (Enemy, 2014), seu longa com mais simbolismos, porém, mais criticado, puxava pro mistério, mas sem a tensão de sua primeira película, que remetia a filmes como Zodíaco (Zodiac, 2007) e Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo, 2012). Em Sicário: Terra de Ninguém (Sicario, 2015) o diretor segue a escola David Fincher de suspense á risca. Nele, o clima entre os dois lados da fronteira não é a das melhores. As grades que separam os Estados Unidos e o México é violada dia e noite pelos imponentes cartéis que circulam vendendo sua mercadoria. Já sabendo disso, o FBI planeja uma forma de acabar com o tráfico no solo americano. Agora fazendo parte da força-tarefa, comandada pelo oficial Matt Graver (Josh Brolin), Kate (Emily Blunt) precisa participar da guerra as drogas. E com a presença do enigmático agente com passado nebuloso, Alejandro (Benicio Del Toro), Kate e o esquadrão vão além da jurisdição, enquanto ela presencia acontecimentos que a levam questionar toda a sua moral e ética.
De todos, aqui vemos o longa mais enervante do cineasta. Sem as filosofias de Os Suspeitos, vemos o limite da moralidade no ponto critico, em meio a uma guerra. E isso Villeneuve faz bem. A violência exposta na árdua luta contra os cartéis é sentida a todo momento, há coisas que não queremos ver, mas é o preço que se paga, e esse discurso é o que compõe Sicário. E é talvez seu melhor filme, com excelentes sequências, como uma memorável que alterna entre filmagens via satélite e com o time do esquadrão com óculos de visão-noturna numa infiltração que é a cena com maior mistério, e que a música composta por Jóhann Jóhannsson dá seu toque especial. Mas há também o ótimo trabalho de direção de atores. No mesmo nível de seu personagem em Escobar: Paraíso Perdido (Escobar: Paradise Lost, 2014), Benicio Del Toro (Traffic, Selvagens, Guardiões da Galáxia) faz seu papel com total parcimônia e mistério, cujo a fala mansa deixa a entender perfeitamente, Josh Brolin (Onde os Fracos Não Tem Vez) faz também um personagem misterioso, mas com pinceladas de alívio cômico e Emily Blunt (Looper: Assassinos do Futuro) convence, não impressiona, mas faz bem o papel.
Evocando bons suspenses de David Fincher e de outros diretores, como Os Infiltrados (The Departed, 2006), de Martin Scorsese, algumas sequências de Batman: O Cavaleiro das Trevas (Batman: The Dark Knight, 2008), de Christopher Nolan, até de Operação Invasão (The Raid, 2011), de Gareth Evans. Mas não é só na referência que Villeneuve trabalha, mas sim na originalidade. O roteiro de Taylor Sheridan tem piadas na hora certa, mas foca no mistério, com reviravoltas bem construídas e plausíveis com o todo, não só uma série de plot-twist's jogados (Desconhecido, estou falando com você!). E Sicário: Terra de Ninguém é um dos exemplos do bom suspense, que geram tensão e deixam o espectador incrédulo após uma sequência inesperada, e nomes como o de Denis Villeneuve, e de outros cineastas, incluindo o do próprio David Fincher, que fazem histórias tão eletrizantes quanto tensas e misteriosas, se encaixam em tal parâmetro, e merecem ser acompanhados. Nota: 9/8
De todos, aqui vemos o longa mais enervante do cineasta. Sem as filosofias de Os Suspeitos, vemos o limite da moralidade no ponto critico, em meio a uma guerra. E isso Villeneuve faz bem. A violência exposta na árdua luta contra os cartéis é sentida a todo momento, há coisas que não queremos ver, mas é o preço que se paga, e esse discurso é o que compõe Sicário. E é talvez seu melhor filme, com excelentes sequências, como uma memorável que alterna entre filmagens via satélite e com o time do esquadrão com óculos de visão-noturna numa infiltração que é a cena com maior mistério, e que a música composta por Jóhann Jóhannsson dá seu toque especial. Mas há também o ótimo trabalho de direção de atores. No mesmo nível de seu personagem em Escobar: Paraíso Perdido (Escobar: Paradise Lost, 2014), Benicio Del Toro (Traffic, Selvagens, Guardiões da Galáxia) faz seu papel com total parcimônia e mistério, cujo a fala mansa deixa a entender perfeitamente, Josh Brolin (Onde os Fracos Não Tem Vez) faz também um personagem misterioso, mas com pinceladas de alívio cômico e Emily Blunt (Looper: Assassinos do Futuro) convence, não impressiona, mas faz bem o papel.
Evocando bons suspenses de David Fincher e de outros diretores, como Os Infiltrados (The Departed, 2006), de Martin Scorsese, algumas sequências de Batman: O Cavaleiro das Trevas (Batman: The Dark Knight, 2008), de Christopher Nolan, até de Operação Invasão (The Raid, 2011), de Gareth Evans. Mas não é só na referência que Villeneuve trabalha, mas sim na originalidade. O roteiro de Taylor Sheridan tem piadas na hora certa, mas foca no mistério, com reviravoltas bem construídas e plausíveis com o todo, não só uma série de plot-twist's jogados (Desconhecido, estou falando com você!). E Sicário: Terra de Ninguém é um dos exemplos do bom suspense, que geram tensão e deixam o espectador incrédulo após uma sequência inesperada, e nomes como o de Denis Villeneuve, e de outros cineastas, incluindo o do próprio David Fincher, que fazem histórias tão eletrizantes quanto tensas e misteriosas, se encaixam em tal parâmetro, e merecem ser acompanhados. Nota: 9/8
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