Critica: Love & Mercy (Festival do Rio 2015)

Paul Dano, John Cusack, Paul Giamatti e Elizabeth Banks fazem trabalho memorável em filme sobre o gênio por trás dos Beach Boys.
Para os fãs do Rock os anos 60 foram a Era de Ouro para o tal gênero musical. Foi a época na qual Os Beatles, The Door, Bob Dylan, e os Rolling Stones foram lançados, e hoje em dia, não só esses citados, mas muitos outros, se tornaram clássicos. Mas teve uma banda, e o gênio por trás dela, os Beach Boys, que tinha como compositor o músico Brian Wilson, que foi responsável por mudar a música da década de 60 como nas posteriores. Marcadas pelo uso de vários instrumentos e técnicas á frente de seu tempo, as musicas dos Beach Boys não faziam tantas vendas, porém as criticas elogiavam. Sabendo disso, o diretor e roteirista Bill Pohlad faz em Love & Mercy (2015) um retrato dessa época, onde Wilson, o clássico do "gênio perturbado", trabalha em sua obra prima musical, enquanto, também nos leva aos anos 80, onde o compositor, agora, confuso com a vida e entupido de remédios, não mas trabalhando com música, conhece sua futura esposa, o que muda o rumo de sua vida. Uma viagem também pela cultura, Love & Mercy não é o tipo de cinebiografia na qual estamos acostumados. Na década do ouro do rock and roll, Brian Wilson jovem (Paul Dano) foca trabalhando no álbum Pet Sounds, que no futuro se tornara uma das mais influentes obras da música, enquanto isso, decadente e sem rumo, Brian velho (John Cusack) passa seus dias enfurnado em sua casa no controle do médico Eugene Landy (Paul Giamatti), até conhecer a vendedora Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks), que salva a vida de Brian. 

Estamos vendo aqui então um filme de atores. Paul Dano e John Cusack estão excelentes, apesar de fazerem a mesma pessoa, a atuação é diferente, enquanto o novo, sob influência de drogas e da banda, passa seus dias compondo e trabalhando no estúdio, o velho não tem liberdade, sendo considerado um doente, passa a maioria do tempo sob a companhia de um guarda costas, mas também parou de fazer a coisa que tanto gostava: Música. E talvez esse o único desdém que tenho com Love & Mercy, o fato de não mostrar porque ele parou de compor. Mas o resto do elenco esta igualmente excepcional. Paul Giamatti, que atua á base de extremos sabe usar isso perfeitamente aqui, suas explosões acrescentam mais ao personagem, dando-lhe mais camadas para se trabalhar. E Elizabeth Banks esta também marcante no papel, e as partes que contracena com Giamatti são verdadeiros embates: Ele com atuação explosiva, ela, serena e calma.

Mas os planos-sequência que Pohlad bola são também beneficentes aos atores, que tiveram de aprender a tocar certos instrumentos para partes específicas. Em trabalho memorável, os atores são o ponto alto do filme, que também conta com uma direção firme, sem altos e baixos. Por mais que tenhamos álbuns ótimos hoje em dia, nenhum recebe a maior nota, pois ainda não viraram clássicos, no caso dos Beach Boys, seus discos não envelheceram, são atemporais, verdadeiros clássicos. O marco de uma era. Nota: 9/5

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