Critica: Sr. Holmes (Festival do Rio 2015)

Ian McKellen esta perfeito como Sherlock Holmes velho em filme que visa mostrar o tal "homem por trás do mito".
Quando sir Arthur Conan Doyle (1859, 1930) criou o detetive Sherlock Holmes na revista Beeton's Christmas Annual em 1887, com o livro Um Estudo em Vermelho, o personagem ficou famoso por usar na resolução de crimes, métodos científicos e a lógica dedutiva, sendo assim, uma das referências na literatura policial, com suas habilidades para resolver mistérios considerados insolúveis, até mesmo na Scotland Yard, o detetive da Baker Street, na Era Vitoriana, teve mais de 60 casos resolvidos ao longo de seus 120 anos. Claro que a criação imortal de Conan Doyle já teve várias aparições na mídia, como criança em O Enigma da Pirâmide, como boxeador e mais aventureiro nos dois filmes dirigidos por Guy Ritchie, e os mais recentes, Elementary e Sherlock, onde Holmes e o fiel Dr. Watson vivem no moderno Século 21, onde o personagem larga seu cachimbo e o chapéu de caça por aparelhos eletrônicos e afins, e também aparecem em mais de 227 longas e programas de TV no mundo inteiro. Mas de todas as aparições na literatura e em diversas outras adaptações, o diretor e roteirista Bill Condon (O Quinto Poder) resolve fazer em Sr. Holmes (Mr. Holmes, 2015), adaptação de A Slight Trick of the Mind de Mitch Cullin, com Ian McKellen como o detetive, uma versão real, e mais familiar do personagem. 

Aposentado e com 93 anos, Sherlock Holmes (McKellen) passa seus dias em sua casa distante de Londres, na companhia de sua governanta (laura Linney) e seu filho, Roger (Milo Parker), em plena Segunda Guerra (em mero segundo plano), o ex-detetive, lidando com a deterioração de sua mente, ele passa os dias escrevendo sobre um caso que nunca conseguiu decifrar. Sem a ajuda de seu escudeiro, Watson, ele obceca em resolver o mistério. A película tem duas time-lines: A primeira em 1947, onde Sherlock faz amizade com Roger e tenta se recordar de seus tempos resolvendo crimes e a segunda quando ainda trabalhava, resolvendo um caso de um casal, no qual não consegue se recordar. Sr. Holmes é o clássico filme para o espectador sentir-se bem, não entendeu? Calma, eu explico. É aquele filme completamente inofensivo, que não levanta discussões, recauchutado, até a fotografia de Tobias Schliessler desperta tais emoções, apesar de competente, porém, sempre carregada de contra-luzes, enquanto foca nos cenários do litoral inglês. 

Mas o elenco é bem dirigido. Ian McKellen (Senhor dos Anéis, O Hobbit, X-Men) esta excepcional como Sherlock velho, além da maquiagem muito bem feita, sua atuação também é igualmente inesquecível, tanto fazendo sua versão mais nova quanto á mais velha, em ambas o ator muda, dá pra sentir as dificuldades do personagem e sua tristeza em determinadas cenas. O garoto, Roger também surpreende, apesar de ser um personagem clichê de diversos outros longas, a curiosidade que o intriga sobre Holmes é vista á todo momento. Apesar da direção manjada de Condon, emulando filmes como O Juiz, que também era carregado de clichês, que tem seus momentos de originalidade, não vá esperando uma adaptação fiel ao detetive da Baker Street criado por Conan Doyle, Sr. Holmes é o filme do Sherlock Holmes para seus avós assistirem. Nota: 6/7

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