Critica: Séries de TV: True Detective (Temporada 2)

Se a história se repete como farsa, ao tentar se reinventar, série perde espaço ao tentar retratar novo estilo de narrativa.
"O mundo esta perdido" é o inicio da música de abertura de True Detective, a série que começou a mania de antologias na TV, que começa seu segundo ano já com problemas. A direção já não fica á cargo de um só diretor - que no primeiro ano era comandada por Cary Fukunaga -, cada episódio é dirigido por um, com exceção dos dois primeiros, comandados por Justin Lin (de Velozes & Furiosos 5 e 6), que por sinal são os melhores. Cada capitulo tem seus altos e baixos, não só pela direção, porém, mas a quantidade de personagens também não ajuda. Enquanto seu primeiro ano tinha dois protagonistas, os parceiros Rust Cohle e Marty Hart (interpretados respectivamente pelos excelentes Matthew McConaughey e Woody Harrelson), True Detective 2 (vamos chamar de 1 e 2 pra exemplificar) tem 4, o os detetives Ray Velcoro (Colin Farrel), Ani Bezzerides (Rachel McAdams), o policial Paul Woodrugh (Taylor Kitsch) e Frank Semyon (Vince Vaughn), e em 8 episódios acompanhamos a trajetória dos quatro e dos indivíduos que circulam suas vidas. Mas o fato aqui é: Não há como desenvolver 4 personagens em oito episódios, pelo menos não dá melhor forma possível. 

Mas ao contrário do caso Dora Lang, aqui a história não se desenvolve por conceitos religiosos ou macabros, nesse pretexto, True Detective 1 se parece muito mais com Twin Peaks de David Lynch, mas seu segundo ano se desenvolve mais em assuntos políticos. E não há mais a sobrenaturalidade da Louisiana e sim o caos urbano do condado de Vinci, com a fumaça de industrias cobrindo o céu, carros nas ruas e, enfim, problemas de cidades. Mas o seriado criado por Nic Pizzolato continua com uma fórmula parecida, apesar de tirar os flashbacks comuns da narrativa. E quando digo "comuns" quero dizer quando é aplicado um corte e a história volta...Vocês sabem o que é um flashback, mas há aqui diálogos que voltam ao passado de certa forma. Claro, não há demérito algum, se tratando de uma antologia, as coisas devem mudar, não é mesmo? Mas há certas coisas que se repetem, como no quarto episódio, onde acontece um tiroteio, mas ao contrario da primeira temporada, não tem plano-sequência, porém, tem perseguições, e isso acontece de repente na história, não tem contexto. E não vá esperando as reviravoltas no roteiro e o incrível final da primeira temporada. A história se repete como farsa, pode ser muito bem aplicada aqui. 

"Todos temos um mundo que merecemos", diz um dos protagonistas em determinado momento, e com tantos personagens afetados que são retratados, a detetive com problemas na família, o policial infeliz, o empresário prestes a perder todo o seu império, todos vivem á sombra de dias melhores, e como diz na música de abertura: "O mundo esta perdido", resta saber como lidar com ele. Nota: 4/7

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