Critica: Beasts of no Nation
Idris Elba chefia exército infantil em filme de Cary Fukunaga para a Netflix.
"Se não acabarmos com as guerras, as guerras acabarão conosco". Essa frase foi feita pelo autor H.G. Wells, que, cabe muito bem em Beasts of no Nation (2015), primeiro filme produzido pela Netflix e dirigido por Cary Fukunaga, e que tem ambições ao retratar um fato ainda existente. Em meio a uma guerra civil num pais sem nome africano, afim de retratar conflitos deflagrados em vários pontos da região, Agu (o estreante Abraham Attah) é uma criança que vive junto á sua família numa das áreas protegidas, enquanto as lutas ocorrem no lado de fora, além da mata, com condições precárias, sem aulas, o garoto passa seus dias brincando com os amigos e tentando ganhar dinheiro ou comida para ajudar a família. Quando as lutas chegam ao ponto critico, é ordenado que todos evacuem suas casas para migrarem á outros locais do continente, com muitos tentando deixar o lugar, Agu, seu pai e irmão ficam, enquanto a mãe vai com a filha pequena. Após acontecimentos drásticos, Agu foge para a floresta, aonde encontra uma das facções e é capturado. A antítese de seu personagem em Mandela: O Caminho Para Liberdade, Idris Elba surge como o Comandante, que treina o menino, afim de transforma-lo numa criança-soldado.
Fora da sobrenatural Louisiana de True Detective, na qual também dirigiu, Fukunaga faz aqui um filme ao estilo do 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave, 2013) de Steve McQueen, na qual há cenas sem música, ou seja, conteúdo completamente crú, e aqui é feita a mesma coisa, mas em parte alguma é sentido um incomodo muito grande, a ponto de deixar, em certos momentos, não "assistível". Mas, igual ao longa de McQueen, as ideias que o roteiro, baseado no livro do nigeriano Uzodinma Iweala, querem mostras são incisivas. E a Netflix reuniu um ótimo elenco. Que inclui Idris Elba, que comanda o exército infantil, e que ora é mais sério e outras mais engraçado, porém, o ator, que já havia feito filmes como Circulo de Fogo e Prometheus, faz em Beasts of no Nation, um papel, digamos, mais contido, apesar de ter cenas muito boas com o jovem Agu, até tendo um laço de identificação com o garoto. E Abraham Attah, eu sua primeira atuação, faz um excelente trabalho. Sua atuação muda de forma nada transicional, no inicio, feliz, mas já sabendo dos perigos das lutas fora da área protegida, depois, já encarnado em menino-soldado, preparado para a luta, como em um plano-sequência, algo que Fukunaga já se especializou, onde Agu e outros estão em uma casa, e ruídos vão aumentando, dando sensação de urgência e até perigo, e sua reviravolta é simplesmente incrível.
Sem se perder, e deixar sua visão sobre a realidade que nos assola, o fato de ainda haver países que tem crianças-soldado, e como diz num dos posteres, "uma guerra que transforma crianças em soldados já é uma guerra perdida", e Fukunaga nunca deixa de transmitir isso. Mas no final, o longa deixa a esperança, afinal, as crianças tem muito pela frente, e de qualquer forma, estão vivendo, a sua maneira, ao redor do globo. Seja na pantanosa Louisiana de True Detective, ou nas vastas florestas africanas, Cary Fukunaga consegue contar histórias tão incríveis quanto intensas. Nota: 8/9
Sem se perder, e deixar sua visão sobre a realidade que nos assola, o fato de ainda haver países que tem crianças-soldado, e como diz num dos posteres, "uma guerra que transforma crianças em soldados já é uma guerra perdida", e Fukunaga nunca deixa de transmitir isso. Mas no final, o longa deixa a esperança, afinal, as crianças tem muito pela frente, e de qualquer forma, estão vivendo, a sua maneira, ao redor do globo. Seja na pantanosa Louisiana de True Detective, ou nas vastas florestas africanas, Cary Fukunaga consegue contar histórias tão incríveis quanto intensas. Nota: 8/9
Comentários
Postar um comentário