Critica; Aliança do Crime

Johnny Depp impede filme de máfia a cair no esquecimento.
Aliança do Crime (Black Mass, 2015) é o caso do famigerado "filme de ator". Carregado pela estrela, os fãs vão para ver a performance do ator, ou só pela curiosidade ao ver um grande nome no cartaz. Aqui o nome é Johnny Depp. Estampado no poster, o ator faz com que esse título - "filme de ator" - seja levado ao ponto máximo, afinal, carrega o longa nas costas. Baseado no livro Black Mass: The True Story of an Unholy Alliance Between the FBI and the Irish Mob, dos jornalistas Dick Lehr e Gerland O'Neil, e com uma versão atualizada de 2011 feita por Mark Mallouk, a película de Scott Cooper é passada durante 3 tempos da vida de James "Whitey" Bulger (Depp), desde um ladrão comum até um dos maiores mafiosos de Boston, que tinha no currículo mais de 21 homicídios entre outras acusações, além de ser um informante do FBI. Fora de sua zona de conforto, Depp, com visual quase reptiliano e um tanto cadavérico, faz o seu máximo e sem dúvida carrega Aliança do Crime nas costas. 

Com mudanças completamente transicionais, o diretor Scott Cooper (Tudo por Justiça) faz aqui um filme burocrático, afim de reger Black Mass á base de regras de muitos outros trabalhos de outros cineastas. Pessoas sendo mortas em baixo de pontes? Tem. Pessoas sendo mortas dentro de carros? Tem. Pessoas sendo mortas por caguetarem alguém importante? Tem também. Ou seja, uma revisão de alguns entre vários clichês nesse "gênero" do cinema. E infelizmente, Cooper faz jus a poucos deles. Claro, não pode-se julgar muito por se tratar de uma história verídica, mas como muitos sabem, as "licenças poéticas" existem, adicionando fatos para dar mais emoção a trama, e Aliança do Crime é recheada delas. Mas a quantidade de atores de qualidade na trama mal aproveitados é um dos grandes empecilhos de Scott Cooper . Temos Kevin Bacon (como um oficial do FBI que lidera o caso de Bulger), Benedict Cumberbatch (que faz o irmão de James Bulger), Joel Edgerton (um detetive que viveu junto a Whitey na infância), Adam Scott (Agente do FBI também responsável pelo caso), Dakota Johnson (que faz a mãe do filho de Bulger), entre outros. Com maus diálogos e mau dirigidos, os atores estão em cena mas sem nada a somar ao enredo. 

Com uma história que não nos insiste em mostrar que se trata de acontecimentos verídicos (eu, pelo menos não sabia), porém, com tudo, todavia, contém diálogos fracos e direção que peca até nos momentos que o filme tenta ser engraçado. Com más atuações de bons atores e história que não convence pelo roteiro, Aliança do Crime é carregado nas costas por Johnny Depp, que faz um de seus personagens mais versáteis em toda sua carreira, com forte maquiagem porém, o ator faz um protagonista que em nenhum momento nos faz lembrar de seus papeis em outros trabalhos. Ou seja, impede pelo menos a película de cair no total esquecimento. Nota: 3/5

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