Critica - Séries: Wet Hot American Summer: First Day of Camp (Temporada 1)
Um pouco de metalinguagem, ação e humor nonsense no primeiro dia no campo.
Apesar de não tão conhecido, Wet Hot American Summer (no Brasil com o titulo de Mais um Verão Americano) de 2001, um filme independente dirigido por David Wain acabou se tornando um cult do cinema nonsense, que é quase um subgênero da comédia hoje em dia, trazendo piadas diversas, em sua maioria inteligentes, mas cheias de, vamos chamar de "baixarias", metalinguagem, e porque não, ação. E com um elenco estelar, tendo Christopher Meloni, David Hyde Pierce, Michael Showalter, Paul Rudd, Amy Poehler, Bradley Cooper, o próprio David Wain e Elizabeth Banks. 14 anos depois, a Netflix (House of Cards, Demolidor) transforma o longa em série, intitulada de Wet Hot American Summer: First Day of Camp, com apenas 8 episódios, o humor e a metalinguagem continuam, agora melhor do que nunca. Com o retorno de Wain na direção e o elenco, agregando Michael Cera, "Weird Al" Yankovic, John Hamm, Jason Schwartzman, Chris Pine, John Slattery, entre outros, o seriado traz a comédia sem limites e a metalinguagem, juntando também outros gêneros (temos romance, ação, mistério, série de tribunal...) e tudo isso sem o recente e famigerado "politicamente correto".
No enredo, no longínquo verão de 1981, o acampamento Firewood enfrenta dificuldades financeiras. Outrora feliz e alegre, o parque e também seus funcionários estão em situação decadente. Nas vésperas da chegada do público, parte dos funcionários (os mesmos do filme) querem fazer desse verão um dos melhores de todos, e acreditando que inda são crianças, o que pode dar errado? A resposta esta na tentativa da não falência do parque, onde o supervisor chefe, Mitch (H. Jon Benjamin) faz um acordo com uma empresa, onde ela pode jogar resíduos tóxicos numa área próxima ao parque, o que pode comprometer todo o acampamento Firewood. E enquanto isso os funcionários e o público se ajudam a enfrentar os próprios problemas, ou seja, um pouco de filosofia no meio. Com capítulos curtos, acredite se quiser, acontece muita coisa ao longo da temporada, que equivale á um dia no parque. Por exemplo, chega uma jornalista para fazer uma matéria do parque, há uma lenda de um roqueiro recluso que vive no Firewood, um homem se transforma em lata, um matador de aluguel contratado para matar um dos funcionários...E tudo isso num dia.
E essa metalinguagem é o que marca Wet Hot American Summer. "Eu vivi tanta coisa e conheci tanta gente, estando aqui a um só dia...", diz a personagem de Elizabeth Banks num dos episódios. E essa série de eventos, marcados pontualmente por piadas nonsense completamente sem pé nem cabeça é o trunfo de Wain e da própria Netflix. E é o que mantém sua legitimidade. Situações resolvidas por simples falas, momentos completamente bizarros, personagens engraçados e acontecimentos dinâmicos - como quando a câmera mostra o rosto de um personagem, sobe, mostra-o colocando uma bandana, desce e seu rosto esta cheio de barba . E porque não algumas lições de moral? Há também muitas aqui. E é curioso ver tantos personagens que conseguem ser desenvolvidos em apenas 8 capítulos, como o casal vivido por Amy Poehler e Bradley Cooper, o roqueiro vivido por Chris Pine, e as reviravoltas do matador vivido por John Hamm. Enfim, entre o filme e a série, veja ambos, afinal, são os mesmos atores, diretor, roteirista...E trazer toda essa gente de volta é um dos triunfos de Wet Hot American Summer. E claro, com um pouco de metalinguagem, ação e humor nonsense no primeiro dia no acampamento Firewood. Nota: 10
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