Critica: Gimme Danger (Festival do Rio 2016)

Primeiro documentário de Jim Jarmusch chega á altura da loucura dos Stooges.

"Nós acabamos com os anos 60" é uma das frases de Iggy Pop em uma entrevista presente em Gimme Danger, novo filme de Jim Jarmusch sobre os Stooges.

Em uma época em que houve a explosão do rock e a chegada de diversas bandas, como os Rolling Stones, a banda nascida em Detroit conseguiu seu destaque da forma mais ousada possível: na loucura. Entre as guitarras quebradas e a gritaria, havia as performances do vocalista Iggy Pop no palco. Performances essas que lhe renderam diversas marcas.

Ao contrário de outros documentários sobre música, porém, Gimme Danger não se concentra só na história da banda, e sim na sua influência e em seus atos. Com relatos de seus integrantes, "os que restaram dos Stooges", o filme acompanha desde o nascimento da banda, em meados da década de 1960 nos EUA, até os dias de hoje. 

Conhecido como sendo um diretor que não gosta de uma narrativa em suas obras, Jarmusch faz aqui um longa que consegue ser fiel á loucura da banda, desde sua montagem até ás animações alá Monty Phyton. O cineasta consegue fazer aqui uma junção de referências as épocas em que retrata. Há várias cenas de filmes antigos presentes, além de desenhos. E como um bom documentário, Gimme Danger consegue reunir diversos trechos de shows e filmagens que conseguem deixar o filme mais rico em detalhes e informações, além de alguns efeitos, onomatopeias e sons que fazem com que o público nunca fique entediado. 

Comparado a outros documentários, como Shine a Light - dirigido por Martin Scorsese e que mostra os bastidores da turnê "A Bigger Bang" dos Stones - ou o mais recente Nick Cave: 20 000 Dias na Terra, uma das películas que melhor fala sobre processo criativo, Gimme Danger faz em seus 108 minutos um filme não só sobre a banda e seus integrantes, mas, também sobre a cultura e as influências que os Stooges deixaram ao mundo. Nota: 8/4