Critica: Os Belos Dias de Aranjuez (Festival do Rio 2016)

Um diretor á procura de seu filme.
Em sua nova ficção desde Tudo Vai Ficar Bem, Wim Wenders faz em Os Belos Dias de Aranjuez (Les Beaux Jours d'Aranjuez, 2016) seu filme com menos narrativa.

O roteiro acompanha um autor sem nome (Jens Harzer) que esta sem ideias para seu novo romance. Entre ouvir músicas de Nick Cave e procrastinar, o mesmo olha para as paisagens em sua casa na França e tenta achar ali a ficção que tanto procura.
Quase só formado por diálogos, e intercessões músicas de Cave, Wenders faz aqui sua procura por uma narrativa. Enquanto o escritor olha para sua varanda e imagina seus personagens (vividos por Reda Kateb e Sophie Semin), o diretor procura nos diálogos filosóficos que escreve, seu filme.

Feito com muitos planos sequência, Os Belos Dias de Aranjuez não tem pressa em desenvolver o pouco de narrativa que possui. Em seus 97 minutos, Wenders não se preocupa com certos elementos convencionais como o desenvolvimento de personagem ou na história, já que tenta fazer ficção só no diálogo ou em suas surrealistas sequências, como a participação de Nick Cave e a cena final. 

Ao contrário de Jauja (2015), de Lisandro Alonso, que consegue criar uma narrativa a partir do minimo, contudo, Wenders faz em sua nova ficção, um roteiro que não consegue achar nem no 3D uma escapatória visual para seus problemas narrativos.
Em um longa de diretor, Os Belos Dias de Aranjuez não se encontra entre seus longos diálogos e monólogos, e não cria em seu 3D um diferencial. Nota: 3/2

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Guerra Civil, de Alex Garland - Uma Análise

Critica: Batman: O Cavaleiro Das Trevas - Parte 1 e 2

Era tudo o que mais queria