Critica: Acima das Nuvens

Nota: 5/2
Olivier Assayas em filme sobre entender o presente com simbolismos claros.
Em Acima das Nuvens (Clouds of Sils Maria, 2015) fala sobre uma atriz (Juliette Binoche) - que, após a morte de Wilhelm Melchior, um dramaturgo que a descobriu na juventude, é convidada por um jovem diretor para re-encenar uma peça que fez aos 18 anos, agora no papel de uma mulher mais velha. Um dos espelhos que Assayas usa é a relação entre a atriz e sua assistente (Kristen Stewart), que ensaiam em Sils Maria o texto da peça, com isso ambas se confundem com os personagens da peça. Esse espelho entre confundir a peça e a vida real parece com o filme The Humbling, onde acontece a mesma coisa, só que muito mais evidente.
Mas, depois o filme não se sustenta, fica repetitivo e há cortes que confundem em algumas horas, um personagem aparece e depois de um corte nada é mais falado sobre ele, é algo constante.
Basicamente Acima das Nuvens trabalha em cima dos conflitos da atriz, voltando ao passado, em uma peça que ocorreram coisas muito ruins com ela e com outros envolvidos. Há vários elementos jogados mas tem partes boas, as atuações são muito boas, tirando certas partes a direção também é boa junto a fotografia, que capta as nuvens de Sils Maria de um jeito muito bem feito.
Ao mesmo tempo que parece ser uma trama sem reviravoltas ou muitos conflitos, Acima das Nuvens abraça o estilo mais lento e a historia flui muito melhor. Muitos diálogos mostram a relação do tempo com a atriz, seu conflito em ter assinado um contrato em uma peça, num papel que não queria fazer e ver que está velha demais para certos projetos.
Há divisão de capítulos (em qualquer filme na verdade) prejudica a fluidez da historia. 
Mas, ainda sim, Acima das Nuvens faz um retrato, bem digno até, sobre o tempo mais cruel e honesto, o presente.

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