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Mostrando postagens de 2016

Critica: Doutor Estranho

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Apesar de psicodélico, filme fantástico da Marvel fica refém dos clichês, e de seu próprio tempo. Em um dos momentos inicias de Doutor Estranho (2016), Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) esta tratando um paciente em estado grave, na cena seguinte, vemos um embate entre o vilão Kaecilius (Mads Mikkelsen) e a Anciã (Tilda Swinton). Essa cena em específico já mostra que o primeiro longa que traz as telas o universo mágico da Marvel se divide entre o realista e o lúdico, já que junta o comum entra-e-sai de hospitais visto diversas vezes nas séries da Netflix com seus heróis e guerreiros mágicos sempre em conflito. Realidades se confundem Igual aos mundos espelhados, Doutor Estranho, porém, não tem o mesmo sucesso ao sair para o mundo real. semelhante ao esquecer um anel dos magos, o filme se vê preso em seu próprio tempo. Enquanto a Marvel vista em Demolidor mostra um mundo com consequências reais, a Marvel lúdica, contudo, não mostra acontecimentos definitivos. O hospital, ...

Critica: O Contador

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Filme de matador acha em sua falta de sentimentos uma forma de fugir do desgaste. Os filmes de matador estão entre os mais saturados. Não há um ator que já não tenha interpretado um assassino em último serviço, que é traído por seus contratantes ou se apaixona em operação. Gavin O'Connor acha no seu O Contador (The Accountant, 2016) uma forma de fugir do desgaste em um longa que se propõe a ser um drama acima de tudo, não um thriller de ação. Na trama, Christian Wolff (Ben Affleck) é o contador do título, possui sua empresa na qual faz negócios no bairro e ajuda os moradores locais, apesar do relacionamento inter-pessoal não ser seu forte. Fora do expediente, ele é um matador profissional que faz contratos com empresas pertencentes a mafiosos; e é tão bom no que faz que é procurado pela polícia.  Nesse cenário, onde vemos um protagonista autista - interpretado por Affleck de forma impressionante - com uma vida dupla - o assassino e o trabalhador -, O'Connor consegu...

Critica: O Shaolin do Sertão

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Halder Gomes reverência Bruce Lee em filme que se inspira nos clássicos, mas mantém sua originalidade.  Quando fez Cine Holliúdy em 2013, Halder Gomes homenageou o cinema feito a moda antiga e a sua importância cultural, numa época onde houve o auge das televisões, em O Shaolin do Sertão (2016), o diretor não só reverência Bruce Lee, mas os clássicos de luta, como O Grande Dragão Branco e Karate Kid.  Edmilson Filho interpreta Aluísio Li, um morador de uma pequena cidade do interior do Ceará nos anos 80 que é aficionado por filmes de luta chineses, os clássicos feitos pelo finado Bruce Lee, porém, ele não é respeitado nas ruas e não é visto por sua amada, interpretada por Bruna Hamú. Eis que um dia a oportunidade bate á porta de Li. Um dos maiores lutadores do Brasil, Tony "Tora" Pleura (Fábio Goulart), irá á Quixadá para uma luta, seu oponente? Indefinido. Aluisio então decide se voluntariar, para ganhar seu respeito e o amor da mulher que tanto ama.  Apesar...

Critica: Zoom

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Coprodução brasileira mistura A Viagem e Waking Life com claras ideias metalinguísticas. Um filme sobre um quadrinho sobre um diretor que conta a história de uma escritora cujo o livro é sobre a mulher que criou o quadrinho. É nesse pretexto que começa Zoom (2016), de Pedro Morelli, um longa com ideias metalinguísticas e inventivas. Na trama - com três histórias conectadas e dois assuntos em comum: a arte e o sexo - acompanhamos primeiro Emma (Alison Pill), uma jovem que trabalha em uma fábrica de bonecas realistas que acaba se envolvendo em uma confusão enquanto tentava ganhar dinheiro fácil, paralelamente vemos Michelle (Mariana Ximenes), uma modelo que sonha em ser escritora mas só é reconhecida por sua beleza, e por último, Edward (Gael Garcia Bernal), um diretor conhecido por seus clichês filmes de ação e que usa do sexo para convencer uma produtora a fazer sua obra mais existencialista e dramática. Em sua estreia, Morelli faz em Zoom um longa que consegue comportar...

Critica: Personal Shopper (Festival do Rio 2016)

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Drama, espíritos e terror em nova reunião de Kristen Stewart e Olivier Assayas. Bem diferente de Acima das Nuvens (2014), primeiro trabalho da atriz Kristen Stewart com o diretor Olivier Assayas, porém, Personal Shopper, seu novo projeto, consegue ser inquietante e instigante ao mesmo tempo. Maureen (Stewart) é uma personal shopper, cujo o trabalho é fazer compras/entregas á seu empregador. Entre o entra e sai de lojas, a jovem também tenta exercer outra habilidade que possui: a mediunidade. Dom que usa para tentar cumprir uma promessa que fez ao seu falecido irmão-gêmeo Lewis, que queria provar a existência de vida após a morte. Ao contrário do que a história diz, a intenção do diretor não é discutir a religião ou o trabalho do medium, e sim de usar a habilidade de falar com espíritos para desenvolver a personagem e sua narrativa, que em sua lentidão começa a criar um suspense enervante. Além de dar a história rumos que em nenhum momento se tornam pré-estabelecidos. Esse ...

Critica: Os Belos Dias de Aranjuez (Festival do Rio 2016)

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Um diretor á procura de seu filme. Em sua nova ficção desde Tudo Vai Ficar Bem, Wim Wenders faz em Os Belos Dias de Aranjuez (Les Beaux Jours d'Aranjuez, 2016) seu filme com menos narrativa. O roteiro acompanha um autor sem nome (Jens Harzer) que esta sem ideias para seu novo romance. Entre ouvir músicas de Nick Cave e procrastinar, o mesmo olha para as paisagens em sua casa na França e tenta achar ali a ficção que tanto procura. Quase só formado por diálogos, e intercessões músicas de Cave, Wenders faz aqui sua procura por uma narrativa. Enquanto o escritor olha para sua varanda e imagina seus personagens (vividos por Reda Kateb e Sophie Semin), o diretor procura nos diálogos filosóficos que escreve, seu filme. Feito com muitos planos sequência, Os Belos Dias de Aranjuez não tem pressa em desenvolver o pouco de narrativa que possui. Em seus 97 minutos, Wenders não se preocupa com certos elementos convencionais como o desenvolvimento de personagem ou na história, já ...

Critica: Gimme Danger (Festival do Rio 2016)

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Primeiro documentário de Jim Jarmusch chega á altura da loucura dos Stooges. "Nós acabamos com os anos 60" é uma das frases de Iggy Pop em uma entrevista presente em Gimme Danger, novo filme de Jim Jarmusch sobre os Stooges. Em uma época em que houve a explosão do rock e a chegada de diversas bandas, como os Rolling Stones, a banda nascida em Detroit conseguiu seu destaque da forma mais ousada possível: na loucura. Entre as guitarras quebradas e a gritaria, havia as performances do vocalista Iggy Pop no palco. Performances essas que lhe renderam diversas marcas. Ao contrário de outros documentários sobre música, porém, Gimme Danger não se concentra só na história da banda, e sim na sua influência e em seus atos. Com relatos de seus integrantes, "os que restaram dos Stooges", o filme acompanha desde o nascimento da banda, em meados da década de 1960 nos EUA, até os dias de hoje.  Conhecido como sendo um diretor que não gosta de uma narrativa em suas ob...

Critica: Yoga Hosers (Festival do Rio 2016)

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Novo de Kevin Smith acha na bizarrice uma chance de falar sobre a geração Y.  Em tempos de pouca originalidade no cinema, com produções de refilmagens, adaptações ou reboots á todo momento, Yoga Hosers, de Kevin Smith, mostra que ainda pode haver ousadia no cinema. Após ter feito Tusk - o primeiro de sua trilogia sobre histórias no Canada -, seu novo longa, porém, adere a bizarrice enquanto tenta abordar certas questões importantes. Em Yoga Hosers, Smith faz um misto entre "filme de colegial" e terror. Na história, as duas melhores amigas Colleen Collete  (Lilly-Rose Depp) e Colleen McKenzie (Harley Quinn Smith) são pequenas lendas locais após terem ajudado a salvar a vida do podcaster, vivido por Justin Long em Tusk, que havia sido sequestrado por um velho sádico e transformado em morsa. Porém, a vida das duas é "bem básica": estudam, trabalham e tem uma banda. Contudo, em um comum dia de trabalho, as duas são chamadas pelo popular Hunter Calloway (Austin ...

Critica: Capitão Fantástico (Festival do Rio 2016)

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Família, natureza e politica são o destaque na estreia de Matt Ross. Um dos cernes do filme de estrada, um subgênero que nasceu a partir de filmes como Easy Rider, foi tratar de processos culturais, como o movimento beat, ou em retratar objetivos, o que vimos em longas como Mad Max - Estrada da Fúria, que em essência conseguiu dar uma sobre-vida ao road-movie, porém, Capitão Fantástico, filme de estreia de Matt Ross, desconstrói o gênero, misturando diversos assuntos e ideias. Nele, Ben (Viggo Mortensen) vive com seus seis filhos em uma floresta nos EUA. Longe das metrópoles e do caos urbano, ele e sua família vivem da caça e da colheita. O que parecia ser uma vida tranquila acaba por ter uma mudança, já que a mãe das crianças e esposa de Ben, faleceu. E apesar dos pais dela não quererem a presença de Ben, ele e sua família vão com seu motorhoming até o local do enterro no Novo México. O que parece uma história comum no road-movie acaba tendo um desfecho diferente do esper...

Critica: Manchester á Beira-Mar (Festival do Rio 2016)

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Casey Affleck brilha em drama de Kenneth Lonergan. O inicio de Kenneth Lonergan no cinema, como roteirista, trabalhando em comédias como Mafia no Divã, indicavam um caminho completamente diferente do que o visto em Manchester á Beira-Mar (Manchester By the Sea, 2016). Em seu terceiro trabalho, o diretor faz aqui um drama que cresce muito em seus momentos mais silenciosos, de câmera fixa; ou com umas das músicas compostas por Lesley Barber ao fundo, só vendo tudo acontecer por gestos dos personagens. Mas, diferentemente de outros do gênero, aqui não assistimos ao um longa com uma estrutura narrativa usual, e sim, um filme que conta sua história por constantes flashbacks ou lapsos de memória que intercalam as cenas. Uma escolha de contar a história interessante, já que o roteiro - escrito pelo próprio diretor - se beneficia dessa montagem.  Aqui acompanhamos Lee Chandler (Casey Aflleck), um homem quieto e solitário que ganha a vida trabalhando de faz-tudo e zelador, porém, q...

Critica: Esquadrão Suicida

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Com vilões sub-aproveitados e problemas de time, novo filme da DC fica na ação e piadas. Em um ano cheio de filmes e séries adaptadas dos quadrinhos, Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016) chega para dar continuidade ao futuro universo cinematográfico da DC Comics, que até então caminhava somente com O Homem de Aço (Man of Steel, 2013) e  Batman v Superman - A Origem da Justiça (BvS: Dawn of Justice, 2016) , que já haviam estabelecido um tom para os filmes seguintes. Porém, o que vemos aqui é um longa com mais humor e tiradas cômicas, o que o tira das correntes de uma trama mais séria, como as discussões sócio-políticas sobre a chegada do Superman na terra e suas ações, algo mais parecido com Watchmen de Alan Moore, mas o coloca com uma história mais simples e piadas divertidas, e cenas de ação elaboradas.  Contudo, os problemas aparecem por conta do time, e da subvalorização de suas personagens. O Coringa por exemplo. Um personagem clássico dos quadrinhos - que deu ...

Critica: Batman v Superman - A Origem da Justiça

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Zack Snyder se reinventa e abandona maneirismos em viés mais clássico.  Ao contrário do bom cinema pipoca, onde se encontram Os Vingadores, Homem de Ferro e outros diversos longas da Marvel, os filmes da DC Comics, como Watchmen, buscam ir para um cinema mais sério e artístico, e o tão esperado Batman v Superman - A Origem da Justiça (2016), continuação de O Homem de Aço, também dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan, vem com um viés mais clássico. Muito disso se dá a ótima trilha-sonora de Hanz Zimmer junto ao Junkie XL, que junta músicas no estilo clássico (como o tema de Lex Luthor) com outras mais parecidas com rock, ala 300, também de Snyder. Porém, maneirismos como o do excessivo slow-motion aqui são usados mais em cenas mostrando personagens ou em flashbacks - acompanhadas de faixas com tons opressivos - e não só nas lutas. E falando de lutas, há menos cortes, mais planos abertos e uma câmera que acompanha cada personagem, e também há mais sequências...

Critica - Séries de TV: Marvel: Demolidor (Temporada 2)

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Justiceiro rouba a cena em ano que faz o trabalho de continuar e referenciar o universo Marvel na Netflix. Demolidor é o carro-chefe na parceria entre a Marvel e a Netflix, sem dúvidas. Apesar de só haver  Jessica Jones  (enquanto não chegam as vindouras Luke Cage, Punho de Ferro e os Defensores) como o próximo passo, é visível que a série da anti-heroína alcoólotra não foi tão chamativa. E o segundo ano de Marvel: Demolidor (Marvel's Daredevil) faz o serviço de referenciar e continuar o universo Marvel na Netflix - porém de formas mas minuciosas, jornais sobre o ataque de Nova Iorque em Os Vingadores, investigações sobre Jessica Jones, Luke Cage, e até a aparição especial da advogada Hogarth (Carrie-Anne Moss), personagem de Jones. E nisso o seriado criado por Drew Goddard continua fazendo muito bem, sem ter excessos, mas, em termos de roteiro, há uma grande evolução entre um ano e outro. Não é só no fato da entrada de Frank Castle, o Justiceiro (John Bernthal) e de Elek...

Critica: Deadpool

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Ryan Reynolds se redime em filme que faz jus ao Mercenário Tagarela.  A história de Deadpool sempre foi triste. Além de ter sido criado por Bob Liefeld, que detém o infame titulo de "pior desenhista do mundo", e sido considerado uma cópia descarada do Exterminador da DC Comics, o personagem também foi um dos principais personagens de X-Men Origens: Wolverine, que é considerado, até pelo próprio ator Ryan Reynolds - que protagonizou outro filme baseado em HQ, o também odiado Lanterna Verde -, uma piada. Querendo se redimir com o público, Reynolds assume o papel do protagonista pela segunda vez no longa que faz jus ao Mercenário Tagarela, e também o mais fiel ao material fonte. De início o diretor Tim Miller já mostra a que veio, com créditos iniciais que zoam parte do elenco. E a partir disso, uma sucessão de referências e piadas com a cultura em geral.  Mas vamos falar do enredo. Com algumas histórias de origem já contada nos quadrinhos, Wade Wilson (Reynolds) vive ...

Critica: Trumbo: Lista Negra

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Astro de Breaking Bad esta excelente no filme de Jay Roach sobre a "caça as bruxas" em Hollywood. Os anos 40 não foram uma boa época para se dizer ser comunista. Para os americanos, era igual ser judeu na Segunda Guerra. Quem era comuna, era traidor, ponto. O problema era tanto que foram criados comissões para saber se eles estavam infiltrados em solo americano, e uma das áreas suspeitas era a da indústria cinematográfica, na qual Dalton Trumbo (Bryan Cranston) entre outros eram expoentes. Após negaram respostas a perguntas do governo, ele e outros comunistas da área foram presos e colocados na Lista-Negra, onde eram impedidos de trabalharem, mesmo depois de cumprirem a pena. E esse boicote durou até os anos 70, e durante esse tempo, Trumbo passou a ser um ghost-writer e também um "doutor de roteiro", e não ganhava nenhum crédito pelo trabalho. Vindo a ter seu mérito anos depois. E Trumbo: Lista Negra (Trumbo, 2015), de Jay Roach retrata essa época, entre a com...

Critica: As Memórias de Marnie

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Hiromasa Yonebayashi faz o filme mais pé no chão do Studio Ghibli. Um dos estúdios mais conhecidos no mundo, o Studio Ghibli sempre produziu filmes com grandes toques de fantasia, principalmente os de Hayao Miyazaki, um dos maiores diretores do japão dos últimos anos e de Isao Takahata, responsável por O Túmulo dos Vaga-lumes e o recente O Conto da Princesa Kaguya, porém, As Memórias de Marnie (Omoide no Marnie, 2014), o longa mais pé no chão do estúdio, se assemelha mais a um Vidas ao Vento (2013) do que a Meu Vizinho Totoro (1988). Anna é uma garota que vive com uma família adotiva, após os pais terem morrido muito cedo e também parentes mais próximos. Solitária e quieta, com poucos amigos, após um incidente na escola, seu médico a diz para tomar um pouco de ar fresco, e vai para a casa de conhecidos. A procura do que fazer, acaba conhecendo Marnie, a garota de cabelos louros, contudo, Marnie não é exatamente aquilo que parece.  Também brincando com o imaginário, algo qu...

Critica: O Regresso

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Diretor de Birdman, Alejandro Gonzales Iñarritu faz seu melhor trabalho em filme de sobrevivência. Responsável por 21 Gramas e Babel, o mexicano Alejandro Gonzales Iñarritu, vencedor do Oscar (e indicado também esse ano) por  Birdman (Ou a Inesperada Virtude da Ignorância) , faz em seu novo longa, O Regresso (The Revenant, 2015) seu melhor trabalho. Filmado em locação, colocando os atores e a equipe de filmagem a baixas temperaturas, o enredo acompanha Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), um explorador que esta junto a sua equipe em 1822 no desconhecido Oeste Americano em busca de ganhar dinheiro com caça. Entre conflitos com uma tribo local, ele e os parceiros se deslocam de um lugar a outro, até que em um dos acampamentos improvisados que eles montaram, Glass resolve dar uma olhada no local, quando é atacado por urso. Gravemente ferido, ainda é abandonado por um de seus companheiros, que leva seu rifle, só deixando-o com água e roupas para se proteger do frio. Á própria sorte, el...

Critica: Anomalisa

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Em stop-motion, Charlie Kaufman adere ao minimalismo para fazer o retrato da vida nos dias de hoje. O protagonista de Anomalisa (2015) Michael Stone (voz de David Thewlis) é uma vitima da vida cotidiana. Acorda na mesma casa, com a mesma mulher e filhos, os amigos, é reconhecido por pessoas na rua, trabalha e dorme, no dia seguinte, tudo igual. E isso desde o dia que foi deixado por uma mulher que gostava. E isso que os diretores Duke Johnson e Charlie Kaufman (conhecido pelos roteiros de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Adaptação) querem retratar nessa animação feita em stop-motion. Usando de técnicas para criar metáforas, o filme começa com diversas pessoas conversando, (todas na mesma voz de Tom Noonan, que, com a exceção dos protagonistas, dubla todos os personagens), nisso, surge em um reflexo Michael, que esta indo viajar para Connecticut onde vai dar uma palestra sobre auto-ajuda, sua especialidade já retratada em livro. Ao chegar no hotel, marca um encontro co...

Critica: Spotlight: Segredos Revelados

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Filme investigativo de Thomas McCarthy traz a importância do jornalismo pré-internet, mas não sabe em que focar. Talvez o maior chamariz de Spotlight: Segredos Revelados (Spotlight, 2015) seja por tratar de um caso que da uma maior importância ao jornalismo na era antes da internet. Em tempos onde a web cresce mais a cada dia, o que fez extinguir diversas outras mídias, com o streaming, acabou-se as vídeo-locadoras, as gravadoras de CD, e em alguns casos, tirou as pessoas da frente da TV. E cada uma lidou a sua forma, algumas, couberam a se reinventar. Antes de seu advento, os jornais lutavam para que as pessoas deixassem de comprar os jornais nas bancas, hoje em dia, já não há mais o ato de ir comprar o jornal essencialmente, e sim, lê-lo on-line, o assinando. Todavia, o filme de Thomas McCarthy foi sim supervalorizado. "O melhor filme do ano" em muitos sites, porém, a película entretém, mas não é a obra-prima na qual estão falando. Nele, o The Boston Globe, um dos ...

Critica: Creed: Nascido Para Lutar

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Adonis Johnson é o Rocky que essa geração merece. Antes do titulo de "Garanhão Italiano", Rocky foi antes uma espécie de professor. Sempre com frases motivacionais e até emocionantes. Mas também era lutador, não nos ringues porém, mas na vida. "Não importa o quanto você bate, mas o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha". Tal falácia é dita pelo personagem em sua sexta passagem pelas telonas em 2006, e sua última até então. Entre noticias de um novo longa, Creed: Nascido Para Lutar (Creed, 2015), um meio termo entre continuação e reboot chega para, além de mostrar seu protagonista, refazendo um pouco da trajetória do primeiro filme, Rocky: Um Lutador, mas, também de dar a vez a nova geração. Adonis Johnson (Michael B. Jordan) é um garoto que vive de orfanato á orfanato, arranjando briga e problemas. Tudo acaba quando vai viver com Mary Anne (Phylicia Rashad), que viveu muito com seu pai, o finado Apol...

Critica: Os 8 Odiados

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Quentin Tarantino faz seu melhor trabalho em western de extremos. Quentin Tarantino é um cineasta de extremos. Desde seus primeiros filmes. Não só pela quantidade de sangue que um pequeno calibre de arma pode fazer, mas pelos assuntos também. Os 8 Odiados (The Hateful Eight, 2015), seu oitavo longa-metragem, e seu segundo faroeste, que gerou polêmicas sobre possível cancelamento após parte do roteiro ter vazado, é o que mais demonstra seu talento como roteirista e diretor (cuidado Pulp Fiction). Esse amadurecimento começa com a música do ótimo Ennio Morricone nos créditos inicias enquanto a fotografia mostra uma cruz de jesus crucificado e a carruagem que leva John "O Carrasco" Ruth (Kurt Russel), sua prisioneira Daisy Dormegue (Jennifer Jason Leigh), e o Major Marquis "O Caçador de Recompensa" Warren (Samuel L. Jackson), que estão indo até Red Rock para ganharem suas recompensas, porém, decidem ir até um bar próximo para se abrigarem, pois uma forte nevasca ...

Critica: The Ridiculous 6

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Adam Sandler canastra e sua trupe chegam no velho-oeste com escatologias e piadas datadas. Convenhamos, além da linha 1 do metrô, uma das coisas que o mundo (o MUNDO!) precisa é que Adam Sandler troque de agente. É exagero? Um pouco. Mas quem vai ao cinema não precisa ficar vendo um longa-metragem cujo o roteiro se baseia em piadas sem graça e cenas de conteúdo sexual envolvendo algum animal, que há em diversos trabalhos do ator. Tirando Pixels - O Filme, Sandler não participa de um projeto engraçado há tempos. Talvez até um Como se Fosse a Primeira Vez não se encaixe em tais parâmetros, porque fazia parte de uma época na qual o ator se esforçava, e que tinha um bom roteiro nas mãos. E apesar de falarem que "Click é muito bom" - e perto de atrocidades como Cada um Tem a Alma Gêmea que Merece, Click é O Poderoso Chefão de sua filmografia -, não é pra ficar em nem um pedestal. Depois de tentar um papel dramático em Homens, Mulheres e Filhos (2014), é na comédia onde o tal ...